Mundo

EUA: confeiteiro se nega a fazer bolo para casamento gay e vence em Corte

O caso se tornou emblemático apesar de seu caráter insólito, e tem grandes implicações para a sociedade americana, em razão dos princípios em jogo

Jack Phillips decora um bolo em sua confeitaria no Colorado (Rick Wilking/Reuters)

Jack Phillips decora um bolo em sua confeitaria no Colorado (Rick Wilking/Reuters)

A

AFP

Publicado em 4 de junho de 2018 às 14h00.

Última atualização em 4 de junho de 2018 às 14h45.

A Suprema Corte dos Estados Unidos concedeu nesta segunda-feira uma vitória histórica para um confeiteiro que se recusou a preparar um bolo de casamento para um casal gay, considerando que seus direitos religiosos haviam sido violados.

Em uma decisão de uma maioria de sete contra dois, a mais alta corte do país decidiu que uma comissão de Direitos Civis do Colorado, que havia decidido que o comerciante deveria atender todos os clientes independentemente da sua orientação sexual, demonstrou uma "animosidade clara e inaceitável" em relação à religião.

O caso, que se tornou emblemático apesar de seu caráter insólito, tem grandes implicações para a sociedade americana, em razão dos princípios em jogo: a liberdade de religião, igualdade sexual e a liberdade de expressão protegida pela Primeira Emenda da Constituição.

A ação contra o confeiteiro Estado Colorado, Jack Phillips, foi movida por dois homens agora casados, Dave Mullins e Charlie Craig.

Justificando sua fé cristã, Phillips explicou em 19 de julho de 2012 na "Masterpiece Cakeshop", sua padaria em Denver, que não podia aceitar o pedido de Mullins e Craig, que se casariam e tinham encomendado um bolo de casamento.

Seus advogados argumentaram que o bolo representava nesta vez a instituição do casamento e, portanto, estava transmitindo uma mensagem, ao contrário de um bolo comum.

Os cônjuges entraram com uma ação sob uma lei do Colorado que proíbe a discriminação em lojas que trabalham com o público. Os tribunais inferiores lhes deram razão.

O Supremo Tribunal não tratou amplamente o assunto, limitando-se apenas a constatar que Phillips não havia beneficiado da neutralidade necessária nas instâncias inferiores para expor seus argumentos.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Preconceitos

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'