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EUA condenam fabricação de urânio enriquecido a 20% no Irã

A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse que o Irã não cumpre com as resoluções vinculativas do Conselho de Segurança da ONU

A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland: "Repetimos nosso pedido para que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento e coopere com AIEA" (Massoud Hossaini/AFP)

A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland: "Repetimos nosso pedido para que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento e coopere com AIEA" (Massoud Hossaini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 11h03.

Washington - O governo dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira que o início do enriquecimento de urânio até 20% de pureza pelo Irã nas instalações nucleares subterrâneas de Fordo, conforme divulgado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), é um novo exemplo de violação do país as suas obrigações internacionais.

A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse que o Irã não cumpre com as resoluções vinculativas do Conselho de Segurança da ONU.

'Repetimos nosso pedido para que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento, coopere com AIEA e cumpra imediatamente todas as resoluções do Conselho de Segurança e do Conselho de Governadores da AIEA', acrescentou.

A AIEA anunciou nesta segunda-feira que seus inspetores verificaram o início da produção de urânio enriquecido na usina de Fordo, a 160 quilômetros de Teerã. As instalações nucleares do local foram descobertas em 2009.

Até o momento, o Irã tinha purificado urânio até esse nível (o que é considerado um passo importante para a fabricação de bombas atômicas) apenas na usina de Natanz.

O regime iraniano afirma que necessita deste urânio para a produção de um combustível especial para um reator científico de Teerã, onde se fabricam isótopos usados no combate ao câncer.

A ciência considera o urânio enriquecido a 20% como altamente enriquecido. A fabricação de uma bomba atômica necessita do elemento com 90% de pureza.


No entanto, o fato significa que os técnicos iranianos já possuem grande parte dos meios necessários para a produção de armas nucleares. No sábado, o chefe do programa nuclear do Irã, Fereidun Abbasi Davan, informou sobre o início da produção em Fordo.

Em seu mais recente relatório sobre o Irã, emitido em novembro, a AIEA anunciou que a produção em Fordo começaria e breve. A usina foi feita para abrigar somente três mil centrífugas, enquanto em Natanz existem 50 mil, onde o urânio é enriquecido de forma industrial até 5% de pureza.

As instalações de Fordo ficam num ponto estratégico, pois estão localizadas dentro de uma montanha, a salvo de possíveis bombardeios por parte dos Estados Unidos ou de Israel.

A polêmica usina, construída pelo Irã de forma secreta, foi descoberta em 2009, por meio de uma denúncia feita pelo presidente Barack Obama.

Na ocasião, Teerã afirmou que não violou nenhuma norma internacional, pois avisou a AIEA sobre a usina quatro dias antes da acusação, apesar de já ter iniciado a construção muitos meses antes.

A comunidade internacional teme que sob o programa nuclear civil do Irã, o país esteja produzindo armas nucleares. O regime dos aiatolás, no entanto, nega as acusações e diz que o programa tem apenas fins pacíficos. 

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