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EUA compartilhará com Brasil 'lições' aprendidas em vazamento da BP

País disponibilizará conclusões de sua reflexão sobre os erros que provocaram o derramamento de petróleo da BP no Golfo do México

Após incidente, Washington passou "muito tempo tentando reunir o maior número de lições possível sobre como enfrentar este tipo de vazamentos" (Joe Raedle/Getty Images/AFP)

Após incidente, Washington passou "muito tempo tentando reunir o maior número de lições possível sobre como enfrentar este tipo de vazamentos" (Joe Raedle/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2011 às 19h10.

Washington - Os Estados Unidos disponibilizarão ao Brasil as conclusões de sua reflexão sobre os erros que provocaram o derramamento de petróleo da BP no Golfo do México, para ajudar na recuperação do vazamento de um poço da Chevron na Bacia de Campos.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira em entrevista coletiva concedida pelo diretor do recém-criado Escritório de Recursos Energéticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Carlos Pascual.

"Um incidente deste tipo é muito preocupante para os Estados Unidos, dada a experiência que tivemos com o vazamento do poço de Macondo", disse Pascual, em alusão ao desastre que lançou quase cinco milhões de barris de petróleo ao mar entre abril e julho de 2010.

Como resultado, declarou, Washington passou "muito tempo tentando reunir o maior número de lições possível sobre como enfrentar este tipo de vazamentos", e "trabalhou com outros países para compartilhar esse tipo de informação".

"Posso dizer que haverá intercâmbios de informação de forma oficial e extraoficial", relatou Pascual, que, no entanto, preferiu ainda não fornecer mais detalhes.

No entanto, afirmou que além de ressaltar as precauções que devem ser tomadas, os EUA oferecerão assessoria ao Brasil sobre as "tecnologias e capacidades de segurança" com as quais sua infraestrutura energética deve contar.

Enquanto a Agência Nacional de Petróleo (ANP) anunciava nesta segunda-feira que está investigando se a Chevron atuou de má-fé em sua gestão do vazamento, Pascual descartou a possibilidade de que o fato possa reduzir os interesses das companhias americanas nos recursos energéticos brasileiros.


"Há companhias envolvidas em desastres internacionais que seguem sendo respeitadas no mercado porque têm grande conhecimento e capacidade", considerou.

Pascual, que foi embaixador dos EUA no México até o final do ano passado e agora se encarrega de uma agência destinada a ampliar os esforços diplomáticos dos Estados Unidos na questão energética, destacou o potencial crescente do Brasil na produção de gás e biocombustíveis, como o etanol.

Washington e Brasília compartilham regularmente seus conhecimentos na área de pesquisa, e proporcionaram assistência técnica conjunta para que Jamaica, Guatemala e Honduras ampliem seu uso de biocombustíveis, destacou Pascual.

O diretor também ressaltou o "grande potencial" para a produção de petróleo e gás do pré-sal. Segundo ele, o governo dos Estados Unidos e várias empresas americanas mantiveram conversas com a Petrobras sobre as regulações que devem ser aplicadas nessa área.

"Concordamos que para desenvolver recursos tão grandes e que apresentam semelhante desafio técnico é preciso reunir as melhores capacidades que existem no mundo todo", acrescentou.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a Chevron nesta segunda-feira em R$ 50 milhões pelo vazamento de petróleo que começou há duas semanas em um poço operado pela companhia na Bacia de Campos.

A multa foi anunciada pelo presidente do Ibama, Curt Trennepohl, que se reuniu no Rio de Janeiro com o secretário do Meio Ambiente do estado, Carlos Minc. O valor da sanção, de acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, é o máximo permitido pela legislação brasileira.

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