Mundo

EUA começam a aceitar recrutas transexuais

A mudança acontece apesar de Trump ter emitido uma ordem para instruir o Pentágono na implementação de uma proibição de alistamento dos transexuais

Transexuais no Exército americano (dangutsu/Site Exame)

Transexuais no Exército americano (dangutsu/Site Exame)

E

EFE

Publicado em 1 de janeiro de 2018 às 16h45.

Última atualização em 1 de janeiro de 2018 às 17h26.

Washington - As pessoas transexuais que queiram se alistar nas forças armadas dos Estados Unidos podem fazer a solicitação a partir desta segunda-feira, apesar das tentativas do presidente americano, Donald Trump, de proibir essa medida impulsionada pelo seu predecessor, Barack Obama.

O Departamento de Defesa dos EUA começou hoje a aceitar as solicitações de alistamento de recrutas transexuais, em virtude de uma ordem judicial que impediu o governo de Trump continuar com o veto a esse coletivo.

"Como determina a ordem judicial, o Departamento de Defesa está preparado para começar a dar acesso ao serviço militar aos solicitantes transgênero a partir de 1º de janeiro. Todos os solicitantes devem reunir todos os padrões de acesso", disse hoje à Agência Efe uma porta-voz do Pentágono, Heather Babb.

A mudança acontece apesar de Trump ter emitido em agosto de 2017 uma ordem para instruir o Pentágono na implementação de uma proibição de alistamento dos transexuais, assim como o fim do serviço para aqueles que já estivessem servindo no exército.

Esta medida gerou diversas denúncias por parte de membros das forças armadas e de movimentos sociais que consideravam a legislação um claro caso de discriminação que atentava diretamente contra alguns princípios constitucionais.

Em outubro, a magistrada Colleen Kollar-Kotelly, do tribunal federal do Distrito de Columbia, se pronunciou a favor de um grupo de soldados transexuais na ativa que denunciaram a proposta do presidente, e vetou diferentes pontos de tal legislação.

A Casa Branca recorreu da sentença, mas no último dia 11 de dezembro a magistrada reafirmou seu veredito, ao considerar que a Constituição está do lado dos litigantes.

O Departamento de Justiça optou por não voltar a recorrer dessa decisão, o que forçou o Pentágono a começar a aceitar as solicitações de alistamento a partir de hoje.

No entanto, o Departamento de Justiça não descartou que possa recorrer da sentença mais adiante, uma vez que revisa um estudo independente que o Pentágono deve publicar "nas próximas semanas".

Obama ordenou em junho de 2016 a eliminação da proibição de que os transexuais servissem abertamente nas forças armadas americanas, embora tenha programado o início do seu recrutamento para janeiro de 2018.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Centro Carter apresenta atas das eleições venezuelanas na OEA

8 soldados israelenses são mortos no sul do Líbano em confronto com Hezbollah

Em um dia, ferrovias chinesas transportam mais de 21 milhões de passageiros

“EUA apoiam totalmente Israel”, diz embaixadora americana na ONU