Mundo

EUA cobrarão US$ 465 de jovens imigrantes ilegais

Para suspender deportação, jovens terão que pagar a quantia

Barack Obama emitiu uma diretriz pela qual o governo se focará na expulsão de criminosos e não na de estrangeiros  (Jewel Samad/AFP)

Barack Obama emitiu uma diretriz pela qual o governo se focará na expulsão de criminosos e não na de estrangeiros (Jewel Samad/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 21h49.

Washington - O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira que cobrará US$ 465 dos milhares de estudantes imigrantes ilegais que a partir do próximo dia 15 de agosto poderão solicitar a suspensão de sua deportação e uma licença de trabalho temporário, dentro do chamado processo de ação diferida.

Durante uma entrevista por telefone, o diretor do Escritório de Serviços de Imigração e Cidadania dos EUA (USCIS, na sigla em inglês), Alejandro Mayorkas, apresentou o tão esperado guia para solicitar a licença temporária renovável de dois anos.

No último dia 15 de junho, o presidente dos EUA, Barack Obama, emitiu uma diretriz pela qual o governo se focará na expulsão de criminosos e não na de estrangeiros que chegaram ao país sendo menores e reúnem outros requisitos.

''Nos últimos três anos, esta Administração realizou esforços sem precedentes para transformar o sistema de imigração, de uma maneira que se concentre na segurança pública, na segurança fronteiriça e na integridade do sistema'', disse Mayorkas.

Segundo explicou Mayorkas, as tarifas serão usadas para financiar o programa.

Os estudantes imigrantes ilegais, inclusive os que estão detidos ou em processo de deportação, poderão solicitar a ''ação diferida'' se tinham menos de 31 anos de idade quando a diretriz foi anunciada, entraram nos EUA quando tinham menos de 16 anos, tenham cinco anos de residência consecutiva e não tenham ficha criminal.


Terão também que apresentar comprovantes de seus estudos, provas do serviço militar, impressões digitais e demais dados biométricos, além de submeter-se a uma extensa revisão de antecedentes.

O processo será completamente confidencial e as autoridades não compartilharão a informação com a Imigração, a menos que o solicitante tenha ficha criminal e represente uma ameaça para a segurança pública.

O governo estudará cada solicitação ''caso por caso'' e quem mentir nos formulários estará sujeito a um processo judicial e à expulsão do país, advertiu Mayorkas.

Um funcionário da Administração que pediu anonimato assegurou que serão excluidos do processo aqueles que tenham cometido delitos graves ou pelo menos três delitos menores.

Essa fonte acrescentou que o governo estudará suspender a tarifa em ''circunstâncias excepcionais'', como pessoas indigentes ou que vivem em extrema pobreza.

Desde o anúncio da diretriz, as autoridades suspenderam a deportação de 1,2 mil estudantes que estavam em processo de expulsão, disse o funcionário.

Embora a USCIS não tenha avaliado o volume total de solicitantes, o Centro de Política Migratória (IPC, em inglês) calculou que pelo menos 1,3 milhões de estudantes imigrantes ilegais poderiam beneficiar-se do alívio migratório.


O legislador democrata de Illinois, Luis Gutiérrez, disse em comunicado que, embora US$ 465 seja muito dinheiro para a maioria das famílias, ''o alívio do medo constante da deportação e da separação de suas famílias não tem preço''.

Após registrar números recorde de deportações desde 2009, Obama anunciou a diretriz em pleno ano eleitoral, em resposta às fortes pressões políticas de líderes democratas do Congresso e grupos pró-imigrantes em todo o país.

Os republicanos declararam que esta iniciativa não é mais que uma ''anistia'' desmerecida para que os violam as leis migratórias do país. EFE

Acompanhe tudo sobre:CrimeEstados Unidos (EUA)ImigraçãoPaíses ricos

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde