Mundo

EUA cancelarão fundos para Unesco após entrada da Palestina

Departamento de Estado americano confirmou que parcela de US$ 60 milhões que seria repassada a entidade foi cancelada

A reunião da Unesco que autorizou a entrada da Palestina: reclamação americana (Miguel Medina/AFP)

A reunião da Unesco que autorizou a entrada da Palestina: reclamação americana (Miguel Medina/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2011 às 15h29.

Washington - Os Estados Unidos cancelarão os fundos que entregava até agora para a Unesco depois que a organização das Nações Unidas para a educação e a cultura votasse a favor de aceitar a Palestina como membro de direito.

Em sua entrevista coletiva diária, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, declarou que 'a aceitação da Palestina como Estado na Unesco inicia restrições legislativas existentes há muito tempo que obrigam os EUA a se absterem de fazer contribuições' a essa organização.

A suspensão é de efeito imediato e, dessa maneira, os EUA deixarão de entregar à organização US$ 60 milhões que deveriam ter desembolsado em novembro, parte do total de US$ 80 milhões que destina anualmente à Unesco.

A porta-voz ressaltou que, apesar de tudo, o país manterá sua participação e seu compromisso na organização internacional.

'Consultaremos o Congresso para garantir que os interesses e a influência dos EUA sejam mantidos', frisou Victoria, acrescentando que 'o envolvimento dos EUA na Unesco beneficia uma ampla gama de nossos interesses nacionais, em matéria de educação, ciência, cultura e comunicações'.

No entanto, a porta-voz destacou que a aceitação da Palestina é 'lamentável, prematura e atrapalha nossa meta compartilhada de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio'.

'Os EUA mantêm seu firme apoio ao estabelecimento de um Estado palestino independente e soberano, mas um Estado assim só pode ser alcançado por negociações diretas entre israelenses e palestinos', disse.

A Conferência Geral da Unesco aprovou hoje - por 107 votos a favor e 14 contra - a admissão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) como membro de pleno direito desta organização das Nações Unidas em uma votação realizada em sua sede em Paris.

O pedido foi aprovado com os votos a favor de Índia, China e vários países latino-americanos, entre eles o Brasil. Contra se pronunciaram EUA, Alemanha e Canadá, entre outros.

O presidente de EUA, Barack Obama, se reuniu hoje a portas fechadas na Casa Branca com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido e atual enviado do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, para estudar possíveis vias que permitam a retomada das negociações diretas entre israelenses e palestinos. 

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricosPalestina

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia