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EUA buscam trégua em Gaza em meio a explosões

Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, buscou uma trégua com Israel e o Hamas ainda em desacordo

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2012 às 13h57.

Gaza/Jerusalém - A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, buscou nesta quarta-feira uma trégua em Gaza, com Israel e o Hamas ainda em desacordo sobre termos importantes, enquanto ataques aéreos israelenses sacudiam o enclave e uma bomba explodiu em um ônibus em Tel Aviv.

Depois de negociações em Ramallah com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, Hillary realizou uma segunda reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, antes de viajar para o Egito para conversações com o presidente Mohamed Mursi, cujo país é o principal mediador dos esforços para acabar com oito dias de combates.

Em Tel Aviv, alvejada por foguetes de Gaza que, ou não atingiram a cidade ou foram derrubados pelo sistema interceptor de Israel Iron Dome, 15 pessoas ficaram feridas quando um ônibus foi explodido perto do Ministério da Defesa e de quartéis militares.

Israel e os Estados Unidos chamaram o ataque de terrorista, e um comunicado da Casa Branca reafirmou "o compromisso inabalável com a segurança de Israel" por Washington.

A explosão, que segundo a polícia foi causada por uma bomba colocada no veículo, provocou tiros de comemoração dos militantes em Gaza e ameaçou complicar os esforços de trégua.

O jornal mais vendido de Israel, Yedioth Ahronoth, disse que um esboço de um acordo de cessar-fogo pedia para o Egito anunciar um cessar-fogo de 72 horas seguido de novas negociações de entendimentos de longo prazo.

Sob o documento proposto, que segundo o jornal nenhuma parte seria obrigada a assinar, Israel iria conter seu fogo, encerrar os ataques contra altos militantes e prometer examinar maneiras de aliviar o bloqueio à Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islâmico Hamas, que não reconhece o direito de existir do Estado judeu.

O Hamas, afirmou o relatório, prometeria não atingir qualquer alvo israelense e garantir que outras facções palestinas na Faixa de Gaza também parassem seus ataques.


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta quarta que havia "muitos detalhes a serem trabalhados" até que um cessar-fogo possa ser alcançado. "Estou particularmente preocupado com o espiral de violência neste momento de intensos esforços para se chegar a um cessar fogo em Gaza e Israel", disse Ban.

Bloqueio de Gaza 

Enquanto os esforços diplomáticos continuam, Israel atacou mais de 100 alvos em Gaza, incluindo um conjunto de edifícios do governo do Hamas, em ataques que as autoridades médicas disseram ter matado 10 pessoas, entre elas um menino de dois anos.

Militantes palestinos dispararam mais de 30 foguetes contra Israel, sem causar vítimas, e o sistema de interceptação Iron Dome abateu 14 deles, segundo a polícia.

Israel já promoveu mais de 1.500 ataques desde que a ofensiva começou com o assassinato de um alto comandante do Hamas e com o objetivo declarado de impedir o Hamas de lançar ataques com foguetes que há muito perturbam a vida em suas cidades do sul.

Autoridades médicas em Gaza disseram que 146 palestinos, mais da metade deles civis, incluindo 36 crianças, foram mortos na ofensiva de Israel. Cerca de 1.400 foguetes foram disparados contra Israel, matando quatro civis e um soldado, segundo os militares.

O jornal baseado em Londres Al Hayat, citando fontes do Hamas e da Jihad Islâmica, informou que Israel queria um período de 90 dias para determinar "boas intenções" antes de discutir as demandas palestinas, uma posição que a reportagem afirmou ter sido rejeitada pelos grupos.

Fontes do Hamas afirmaram que o grupo também estava exigindo controle sobre as fronteiras de Rafah com o Egito em Gaza, a fim de que os palestinos possam atravessar facilmente, e garantias de Israel de parar de assassinar líderes do Hamas.

Israel queria um compromisso do grupo para impedir o contrabando através de túneis que vão para Gaza embaixo da fronteira egípcia, segundo uma das fontes do Hamas. A rede de túneis é um canal para armas e bens comerciais.

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