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EUA barra votação de texto sobre cessar-fogo na ONU por pandemia

A resolução, negociada desde março, pede um cessar-fogo mundial para que nações devastadas pela guerra consigam combater a epidemia de coronavírus

EUA: Governo de Trump impediu votação por conta de menção à OMS; país tem criticado a organização por conta de sua atuação na pandemia de covid-19 (Carlos Barria/Reuters)

EUA: Governo de Trump impediu votação por conta de menção à OMS; país tem criticado a organização por conta de sua atuação na pandemia de covid-19 (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de maio de 2020 às 18h47.

Última atualização em 8 de maio de 2020 às 20h28.

Os Estados Unidos impediram nesta sexta-feira (8) a votação no Conselho de Segurança da ONU de um texto que pedia o cessar-fogo em áreas em conflito durante a pandemia do novo coronavírus, aparentemente por causa de uma menção implícita à Organização Mundial da Saúde (OMS).

A resolução, negociada desde março e sugerida pela Tunísia e pela França, exigia uma "coordenação reforçada" entre os membros da ONU e ressaltava "a necessidade urgente" de apoiar as entidades do sistema das Nações Unidas, incluindo "as agências de saúde especializadas".

Os EUA bloquearam um procedimento que permitiria que a votação do texto ocorresse, segundo fontes diplomáticas.

O presidente Donald Trump tem sido muito crítico ao trabalho da OMS, ao considerar que a entidade não lida bem com a crise na saúde global, e suspendeu o financiamento dos EUA a essa agência da ONU.
Trump, que foi acusado de retardar a reação dos Estados Unidos à pandemia da covid-19, disse que a OMS agiu tarde demais e que a organização apoia cegamente a China, local onde o surto de coronavírus surgiu em dezembro do ano passado.

Os Estados Unidos são o maior financiador da OMS, com mais de US$ 400 milhões por ano. A organização ajuda a combater doenças em todo o mundo, incluindo a poliomielite e a malária.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pede há mais de um mês um cessar-fogo mundial, solicitando que todas as partes envolvidas nos conflitos abaixem as armas e permitam que as nações devastadas pela guerra combatam em paz o coronavírus

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