Mundo

EUA aprovam a primeira pílula de prevenção do vírus da Aids

O Truvada teve uma nova utilização aprovada pela FDA para prevenção contra o vírus causador da AIDS, aliado ao sexo seguro e aos testes regulares

Truvada: um estudo em que um parceiro estava infectado com o HIV e outro não, mostrou que o Truvada diminuiu em 75% o risco de contaminação (©AFP/Getty Images/File / Justin Sullivan)

Truvada: um estudo em que um parceiro estava infectado com o HIV e outro não, mostrou que o Truvada diminuiu em 75% o risco de contaminação (©AFP/Getty Images/File / Justin Sullivan)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 14h16.

Washington - A primeira pílula para prevenir o HIV em adultos que se encontram em grupos de risco foi aprovada nesta segunda-feira pela Agência Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos.

O Truvada teve uma nova utilização aprovada pela FDA para prevenção contra o vírus causador da AIDS, aliado ao sexo seguro e aos testes regulares.

Produzida pelo laboratório Gilead Sciences, na Califórnia, a pílula é encontrada no mercado americano desde 2004, sendo usada no tratamento de pessoas infectadas com o HIV e indicado em combinação com outros remédios antirretrovirais.

O medicamento é considerado por muitos especialistas uma nova e potente ferramenta contra o vírus da Aids, mas alguns provedores de serviço de saúde temem que incentive comportamentos sexuais de risco.

Além disso, o custo do tratamento é avaliado em torno de 14.000 dólares por ano, o que o torna inviável para muitas pessoas.

"O Truvada representa uma abordagem efetiva e comprovada que pode ser somada a outros métodos para ajudar a reduzir a propagação do HIV", afirmou Debra Birnkrant, diretora da divisão de produtos antivirais da FDA.

A FDA informou que o Truvada deve ser usado como "parte de uma estratégia abrangente para a prevenção contra o HIV, que inclui outros métodos, como a prática de sexo seguro, a orientação para a redução de risco e os teste regulares de HIV".

Em maio, um painel assessor da FDA pediu para aprovar o Truvada como prevenção para pessoas não infectadas, depois que testes clínicos mostraram que este medicamento pode reduzir o risco de HIV em homens homossexuais de 44 a 73%.

Um estudo sobre o Truvada publicado em 2010, no New England Journal of Medicine, incluiu 2.499 homens que tinham relações sexuais com outros homens, mas que não estavam infectados com o vírus que causa a Aids.

Os participantes foram selecionados aleatoriamente para tomar uma dose diária de Truvada - uma combinação de 200 miligramas de emtricitabina e 300 mg de tenofovir disoproxil fumarato - ou um placebo.

Quem tomou o medicamento regularmente teve quase 73% a menos de infecções.

Um segundo estudo, com 4.758 casais heterossexuais, em que um parceiro estava infectado com o HIV e outro não, mostrou que o Truvada diminuiu em 75% o risco de contaminação em comparação com o placebo.

Segundo os especialistas, os resultados são a primeira demonstração de que um remédio já aprovado por via oral pode diminuir a probabilidade de infecções de HIV.

Os efeitos colaterais mais comuns foram os mesmos que os observados em pessoas que usavam o remédio no tratamento da AIDS, e incluíam diarréia, náuseas, dores abdominais, dores de cabeça e perda de peso.

A meta é, um dia, zerar o número de novas infecções nos Estados Unidos, que se manteve estável nos últimos anos, em torno de 50.000 novos casos por ano, e reduzir essa taxa em 25% até 2015.

Acompanhe tudo sobre:AidsDoençasEpidemiasFDARemédiosSaúdeSexo

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia