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EUA aprova envio de novas armas à Ucrânia para evitar invasão da Rússia

Aval é uma indicação da urgência em tentar conter uma invasão da Rússia, que tem cerca de 100 mil homens mobilizados na fronteira

Treinamento militar em Kiev, na Ucrânia (Brendan Hoffman/Getty Images)

Treinamento militar em Kiev, na Ucrânia (Brendan Hoffman/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 10h34.

Última atualização em 21 de janeiro de 2022 às 10h41.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos deu sinal verde para que três países aliados — Letônia, Estônia e Lituânia — enviem mísseis antitanque e outras armas americanas para a Ucrânia. A exportação do equipamento é restrita e precisava de aprovação prévia. O aval é uma indicação da urgência em tentar conter uma invasão da Rússia, que tem cerca de 100 mil homens mobilizados na fronteira.

Os indícios de uma ação militar aumentaram na terça-feira, quando a Rússia enviou tropas para Belarus, que tem mais de mil quilômetros de fronteira com a Ucrânia. Moscou justificou a movimentação, dizendo que os soldados fariam um exercício conjunto com os belarussos. Mas os americanos não engoliram a história.

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"As manobras militares podem ser um pretexto. A Rússia pode atacar a Ucrânia pelo norte", disse um funcionário da Casa Branca, que pediu para não ser identificado. Muitos acreditam que abrir uma nova frente de ataque tornaria ainda mais difícil a defesa do território ucraniano.

Disparidade

Os três países do Báltico, todos membros da Otan e da União Europeia, foram repúblicas satélites da União Soviética e temem as ações militares de Moscou. Por isso, Letônia, Estônia e Lituânia entraram com o pedido de autorização para o envio de armas há algumas semanas, segundo fontes do governo americano.

As tropas russas dispostas ao longo da fronteira ucraniana, equipadas com tanques, lançadores de foguetes e artilharia móvel seriam praticamente impossíveis de deter. No entanto, de acordo com analistas, os mísseis antitanque Javelin — que a Ucrânia já possui — e os mísseis terra-ar Stinger, que ela quer ter, poderiam impor um alto custo para Vladimir Putin.

Sanções

O presidente americano, Joe Biden, vem usando todas as ferramentas que tem ao seu dispor, mas vai ficando sem opções. Sanções mais abrangentes são arriscadas, já que grande parte da economia da Europa depende da importação de gás natural russo.

Nesta quinta, 20, o Tesouro dos EUA puniu dois deputados ucraniano e dois ex-funcionários do Parlamento, que estariam envolvidos em uma conspiração para derrubar o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. De acordo com informações de inteligência, os russos estariam recrutando ucranianos para montar um eventual governo subserviente, que cooperasse com as forças de ocupação da Rússia.

Na quarta-feira, Biden piorou as coisas ao sugerir, em coletiva em Washington, que talvez os EUA e a Otan aceitassem que a Rússia invadisse apenas uma pequena parte da Ucrânia. Ontem, o presidente americano tentou corrigir a gafe. "Se alguma unidade russa cruzar a fronteira ucraniana, será uma invasão", afirmou. "Que não haja dúvidas. Se Putin fizer essa escolha, a Rússia pagará um alto preço."

Diplomacia

Ontem, americanos e europeus aceleraram os trabalhos para formar uma frente única em defesa da Ucrânia. Em breve passagem por Berlim, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manteve negociações com diplomatas britânicos, franceses e alemães.

"Se quaisquer forças militares russas cruzarem a fronteira ucraniana e cometerem novos atos de agressão contra a Ucrânia, isso terá uma resposta rápida, severa e unificada dos EUA e de nossos aliados e parceiros", afirmou Blinken. 

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