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EUA apoiam qualquer medida na Líbia, exceto presença militar

Páis mudou de postura e agora quer apoio da ONU para a criação de uma zona de exclusão aérea

O governo americano acredita que as forças de Kadafi estejam se aproximando de Benghazi (John Moore/Getty Images)

O governo americano acredita que as forças de Kadafi estejam se aproximando de Benghazi (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2011 às 13h43.

Washington - Os Estados Unidos apoiam qualquer medida internacional para solucionar a crise na Líbia, exceto a presença militar estrangeira, afirmou nesta quinta-feira o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, William Burns.

Em discurso ao Comitê de Relações Exteriores do Senado americano, Burns indicou que, no momento, as forças leais ao líder líbio Muammar Kadafi estão a cerca de 100 milhas (160 quilômetros) de Benghazi, principal reduto dos rebeldes líbios.

"As Forças de Kadafi alcançaram avanços significativos no terreno", declarou ao Comitê Burns, que acrescentou: "acho que se encontram só cerca de 160 quilômetros de Benghazi atualmente".

O alto funcionário indicou que os Estados Unidos apoiam qualquer medida internacional para solucionar a crise que não represente a presença de "botas militares no terreno", em um sinal que seu país mudou de posição e apoia agora a imposição de uma zona de exclusão aérea para proteger os rebeldes.

Neste sentido, indicou que os Estados Unidos querem uma "resolução de peso" do Conselho de Segurança da ONU, para poder atuar rapidamente perante o desenvolvimento dos fatos no terreno.

Neste sentido, indicou que procura uma "associação ativa com os países árabes" de frente à adoção das próximas medidas.

Burns indicou que seu Governo está preocupado pela possibilidade que Kadafi retome o "terrorismo e o extremismo violento" ao que renunciou em 2006, junto a seu programa de armas de destruição em massa, em uma iniciativa que valeu então o restabelecimento de relações diplomáticas com os EUA.

Em 1988, o regime líbio esteve por trás do atentado contra um avião da companhia americana PanAm, que explodiu quando sobrevoava a localidade escocesa de Lockerbie, em um incidente no qual morreram 270 pessoas.

Segundo Burns, "é um perigo muito real, se Kadafi se impõe, que retome o terrorismo e o extremismo violento". Se isso ocorrer, poderia "contribuir para a desestabilização na região".

Dois batalhões de Forças leais ao líder líbio, com apoio de mercenários, lançaram nesta quinta-feira um ataque contra o enclave petroleiro de Brega (cidade líbia), cerca de 70 quilômetros ao oeste de Benghazi, e tomaram parte da cidade e o aeroporto, informou o jornalista líbio Faradj Maghrabi à emissora "Al Jazeera".

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