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EUA aplicam sanções à agência de contra-inteligência da Venezuela

A sanção foi imposta após a suposta tortura de capitão da Marinha, que foi preso acusado de conspirar contra Maduro

Venezuela: o militar Rafael Acosta morreu na prisão no dia 29 de junho (Montagem/Exame)

Venezuela: o militar Rafael Acosta morreu na prisão no dia 29 de junho (Montagem/Exame)

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AFP

Publicado em 11 de julho de 2019 às 15h00.

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira a aplicação de sanções à Direção Geral de Contra-Inteligência Militar (DGCIM) da Venezuela após a morte por suposta tortura do militar Rafael Acosta, preso naquele centro sob acusação de conspirar contra o presidente Nicolás Maduro.

"A prisão por razões políticas e a morte trágica do capitão Rafael Acosta foi injustificada e inaceitável", disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, anunciando a medida.

As sanções implicam no bloqueio de todos os ativos e ativos que a DGCIM tem direta ou indiretamente sob a jurisdição dos Estados Unidos, bem como a proibição de qualquer transação legal envolvendo indivíduos e entidades americanas.

O Departamento do Tesouro está comprometido a "pôr fim ao tratamento desumano" do governo de Maduro em relação a seus opositores, ressaltou Mnunchin, citado em comunicado.

Acosta morreu em 29 de junho sob custódia da DGCIM. O capitão da Marinha venezuelana havia sido preso em 21 de junho vinculado a um suposto plano para matar Maduro.

Dado por desaparecido durante uma semana, foi apresentado em 28 de junho diante de um tribunal militar em cadeira de rodas, incapaz de falar e com sinais de tortura. O juiz ordenou sua transferência a um hospital militar, onde horas depois morreu.

A morte de Acosta "é somente a demonstração mais recente de brutalidade implementada por uma agência conhecida por seus métodos violentos", disse o Tesouro, indicando que o uso da tortura por parte da DGCIM já foi detalhado pelo Escritório da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, assim como pela Organização dos Estados Americanos e a ONG Human Rights Watch.

De Caracas, o líder opositor venezuelano Juan Guaidó, a quem os Estados Unidos reconhece como presidente interino, aplaudiu as sanciones financeiras dos Estados Unidos contra a DGCIM.

"Trabalhando em coordenação com nossos aliados, estamos fazendo justiça diante da tortura e da perseguição. Os que ordenam, executam e permitam violações aos Direitos Humanos devem saber que haverá consequências e que a opção é colocar-se do lado dos venezuelanos", disse no Twitter.

Os Estados Unidos, que lideram a pressão internacional para tirar Maduro do poder, sancionaram dezenas de funcionários, ex-funcionários e entidades da Venezuela por corrupção, narcotráfico e abusos dos direitos humanos.

No entanto, o Tesouro enfatizou que as sanções podem ser suspensas se os afetados "tomarem ações concretas e significativas para restabelecer a ordem democrática, se negarem a participar em abusos contra os direitos humanos, denunciarem abusos cometidos pelo governo e combaterem a corrupção na Venezuela".

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