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EUA anunciam novas sanções por conta de prisões na Venezuela

Departamento do Tesouro descreveu sanções como "uma resposta direta à detenção ilegal por parte do Sebin de membros da Assembleia Nacional"

Juan Guaidó: opositores que apoiam o autoproclamado presidente da Venezuela foram presos em represália às manifestações contra Maduro (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Juan Guaidó: opositores que apoiam o autoproclamado presidente da Venezuela foram presos em represália às manifestações contra Maduro (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de maio de 2019 às 14h17.

Última atualização em 10 de maio de 2019 às 15h50.

Washington - Os Estados Unidos sancionaram nesta sexta-feira duas companhias e dois navios petroleiros para restringir o transporte de petróleo de Venezuela para Cuba, e ameaçou aplicar novas ações punitivas a quem operar nos setores de defesa e inteligência venezuelanos.

Em comunicado, o Departamento do Tesouro americano descreveu as sanções como "uma resposta direta à prisão ilegal, por parte do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência), de membros da Assembleia Nacional (o parlamento do país)", dois dias depois de o vice-presidente da Casa, Édgar Zambrano, ter sido detido.

"A ação de hoje do Tesouro avisa aos serviços militares e de inteligência da Venezuela, assim como aos que os apoiam, que seu respaldo ao regime ilegítimo de (o presidente venezuelano, Nicolás) Maduro terá consequências graves", disse na nota o secretário da pasta, Steven Mnuchin.

"Os Estados Unidos tomarão mais medidas se Cuba continuar recebendo petróleo venezuelano em troca de apoio militar", advertiu.

As sanções marcam a primeira represália de Washington à prisão de Zambrano, acusado com outros nove deputados de estar envolvido no fracassado levante militar liderado na semana passada contra Maduro pelo presidente do parlamento, Juan Guaidó, reconhecido pelos EUA como presidente legítimo da Venezuela.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, exigiu ontem a "libertação imediata" de Zambrano, mas um tribunal venezuelano ordenou hoje que o deputado seja julgado pelos meios regulares e fique detido, por enquanto, no principal forte militar da Venezuela.

As novas sanções americanas afetam dois navios petroleiros com bandeira do Panamá, o León Dias e o Ocean Elegance, que segundo o Departamento do Tesouro levaram petróleo venezuelano a Cuba desde o final de 2018 até março de 2019.

A medida afeta também as empresas proprietárias desses navios, que são, respectivamente, a liberiana Serenity Maritime Limited e a corporação Monsoon Navigation, com sede nas ilhas Marshall.

O objetivo das restrições econômicas é punir àqueles "que tiveram influência no setor de inteligência e defesa de Maduro", o que inclui "o setor do petróleo da Venezuela", explicou a pasta.

Além disso, Mnuchin decidiu hoje, depois de se reunir com Pompeo, "que as pessoas que operam no setor de defesa e segurança da Venezuela podem ficar sujeitas a sanções".

Os EUA já sancionaram vários militares venezuelanos do alto escalão, mas nas últimas semanas multiplicou as denúncias contra a suposta ingerência de Cuba nos serviços militares e de inteligência.

O assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, afirmou que há cerca de 20 mil cubanos infiltrados entre as forças de segurança venezuelanas - algo que Cuba nega.

O Departamento do Tesouro americano lembrou, além disso, que também está disposto a suspender as sanções aos militares venezuelanos que "derem passos concretos e significativos para restaurar a ordem democrática", como fez nesta semana com o general Manuel Ricardo Cristopher Figuera, que rompeu relações com Maduro.

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