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EUA anunciam libertação de presos em Cuba

O governo cubano libertou parte dos 53 detentos que os EUA consideram presos políticos, segundo porta-voz do Departamento de Estado americano


	Bandeiras de Cuba (E) e EUA: os países se mobilizam na direção da normalização de relações diplomáticas
 (Enrique De La Osa/Reuters)

Bandeiras de Cuba (E) e EUA: os países se mobilizam na direção da normalização de relações diplomáticas (Enrique De La Osa/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 19h27.

Washington - O governo de Cuba libertou parte dos 53 detentos que os Estados Unidos consideram presos políticos, anunciou nesta terça-feira uma porta-voz do Departamento de Estado, em um momento em que os dois países se mobilizam na direção da normalização de suas relações diplomáticas.

"Já libertaram vários destes presos", disse Jen Psaki, porta-voz da chancelaria americana. "Obviamente, gostaríamos de ver este processo concluído", acrescentou.

Psaki não informou quantas pessoas foram libertadas, mas disse que faziam parte de uma lista apresentada por Washington a Havana.

Quando Washington e Havana surpreenderam o mundo em dezembro passado ao anunciar o início de um processo de normalização de suas relações, o departamento de Estado mencionou que os acordos incluíam a libertação de 53 pessoas de uma lista de detidos que Washington considera presos políticos.

"Continuaremos pedindo ao governo de Cuba que mantenha seus compromissos", afirmou Psaki.

De acordo com Psaki, essa lista "não deve ser vista como o fim de nossas discussões sobre direitos humanos com o governo de Cuba. É parte dele, sem dúvida, e vemos que o governo de Cuba deu um passo que comprometeu não apenas nós, como também o Vaticano".

Por isso, acrescentou, Washington pede aos cubanos que "continuem implementando esses compromissos de libertar presos".

Consultada se as pessoas incluídas na lista eram "realmente presos políticos", Psaki se limitou a comentar que "é a forma em que eu os descreveria", sem dar maiores detalhes.

A porta-voz da chancelaria americana buscou minimizar uma relação entre a libertação dos presos e o sucesso das primeiras conversas de alto nível que os dois países terão em meio século, quando se reunirem em Havana no fim deste mês.

"Há muitos componentes na forma como esta nova abordagem a Cuba ajudará a sociedade civil, ativistas pelos direitos humanos em Cuba. Sentimos que a libertação dos prisioneiros é importante. Ter um diálogo, abrir-se à capacidade de se comunicar também são passos que consideramos importantes", comentou.

A vice-secretária americana de Estado para a América Latina, Roberta Jacobson, vai chefiar a delegação americana que celebrará esta primeira rodada de diálogo para normalizar as relações bilaterais. Segundo Psaki, esta viagem ainda não tem data definida porque "ainda estamos acertando detalhes".

"Passo positivo"

Em Cuba, governo e imprensa não comentaram a libertação, mas a Comissão Cubana dos Direitos Humanos - ilegal mas tolerada - informou que está entrando em contato com as famílias em diversas partes da Ilha para confirmar as libertações.

"Não há qualquer nome confirmado, mas estamos em pleno trabalho de contactar as famílias", disse à AFP o líder da organização, o dissidente Elizardo Sánchez, destacando que "nem Obama nem Raúl Castro revelaram o número" dos presos libertados.

"Apesar de ninguém saber quem será libertado, isto é um passo positivo e constitui o primeiro no caminho da normalização das relações" entre os dois países, disse à AFP o dissidente Manuel Cuesta Morúa.

Segundo Cuesta Morúa, a medida "deve beneficiar mais de 100 presos políticos que estão nas prisões da Ilha".

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