Mundo

EUA anunciam corte na ajuda militar ao Egito

O congelamento de 1,3 bilhão de dólares por ano inclui principalmente a entrega de helicópteros, caças, mísseis e peças para tanques


	Forças de segurança egípcias inspecionam local de explosão em Al-tur: apesar da decisão, os Estados Unidos seguirão ajudando a "vigiar as fronteiras do Egito"
 (Mohamed el-Shahed/AFP)

Forças de segurança egípcias inspecionam local de explosão em Al-tur: apesar da decisão, os Estados Unidos seguirão ajudando a "vigiar as fronteiras do Egito" (Mohamed el-Shahed/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 08h13.

Washington - Os Estados Unidos informaram nesta quarta-feira que estão reconsiderando sua ajuda anual de 1,3 bilhão de dólares ao Egito e que suspenderão o envio de material bélico pesado.

Washington vai deixar de enviar "material militar pesado e sua ajuda em dinheiro ao governo (do Egito), à espera de um progresso crível em direção a um governo cívico inclusivo, democraticamente eleito e a eleições justas", ressaltou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em um comunicado.

O congelamento da ajuda militar americana -- de 1,3 bilhão de dólares por ano, aos quais são adicionados 250 milhões em ajuda econômica-- inclui principalmente a entrega de helicópteros Apache, caças F-16, mísseis Harpoon e peças para tanques A1/M1, indicaram autoridades americanas.

Psaki não indicou valores exatos sobre a ajuda congelada, limitando-se a ressaltar que esses armamentos valem "centenas de milhões de dólares".

Apesar da decisão, os Estados Unidos seguirão ajudando a "vigiar as fronteiras do Egito", a lutar contra o terrorismo e a garantir a segurança da Península do Sinai, disse Psaki.


Washington continuará a entregar "peças de reposição para equipamentos originais americanos e a contribuir com a formação de militares" egípcios.

"Acreditamos que a aliança entre Estados Unidos e Egito será mais forte quando o Egito estiver representado por um governo civil, eleito democraticamente e aberto a todos, sobre a base de um estado de direito", afirmou Psaki.

"Continuaremos examinando, a intervalos regulares, as decisões tomadas sobre nosso apoio, e continuaremos trabalhando com o governo interino para avançar em direção a nossos objetivos comuns".

Depois da destituição do presidente Mohamed Mursi, no início de julho, e da repressão que se seguiu, a administração do presidente Barack Obama está sob pressão para reduzir a ajuda fornecida anualmente ao Cairo. Em meados de agosto, Washington já havia cancelado exercícios militares conjuntos com o Egito e adiou a entrega de quatro caças F-16 às Forças Armadas egípcias.

Os Estados Unidos não chegaram a classificar a derrubada de Mursi como "golpe de Estado" --o que teria obrigado o governo americano a pôr fim à ajuda por lei--, mas condenaram uma repressão "lamentável", exigindo o fim do estado de emergência e eleições democráticas em 2014.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil

Xi Jinping defende ações da china para desenvolvimento sustentável no G20