Venezuela: 3,7 milhões de pessoas deixaram nos últimos anos a Venezuela, segundo a ONU (Daniel Tapia/Reuters)
EFE
Publicado em 10 de abril de 2019 às 15h23.
Nações Unidas — O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou nesta quarta-feira uma nova ajuda de US$ 61 milhões para prestar assistência aos venezuelanos que deixaram o país como consequência da crise atual.
Pence aproveitou sua participação em reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Venezuela para informar sobre essa ajuda, que se soma aos cerca de US$ 200 milhões já aprovados pelos EUA para apoiar os venezuelanos que estão em situação vulnerável em 16 países da região.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, os recursos serão utilizados para oferecer assistência essencial e serviços básicos como alojamento, alimentação, água potável, ajuda médica e proteção em países como Colômbia, Brasil, Equador e Peru.
A ONU calcula que cerca 3,7 milhões de pessoas deixaram nos últimos anos a Venezuela e Pence assegurou que outros 2 milhões poderiam fazê-lo neste ano se a situação não melhorar.
"E os que ficam sofrem com o crime, a violência e a desordem. Os ladrões na Venezuela não roubam bancos, roubam restaurantes para comer", insistiu o vice-presidente americano.
Pence disse que nove de cada dez venezuelanos vivem atualmente na pobreza e que milhares de crianças estão morrendo de fome.
Segundo estimativas das Nações Unidas, cerca de 7 milhões de pessoas - ao redor de 25% da população do país - necessitam de ajuda humanitária, com grupos como as pessoas com doenças crônicas, as grávidas e as crianças em uma situação especialmente vulnerável.
Pence culpou o governo de Nicolás Maduro pela crise e qualificou o mesmo de "ditador", além de exigiu sua renúncia.
"A luta na Venezuela é entre a ditadura e a democracia e a liberdade deve se impor. Nicolás Maduro é um ditador sem legitimidade para estar no poder e Nicolás Maduro deve sair", comentou Pence.
Por isso, o vice-presidente americano pediu às Nações Unidas que reconheça o opositor Juan Guaidó como presidente do país e que retire as credenciais dos representantes de Maduro na organização.
A Venezuela vive uma situação de instabilidade política desde 10 de janeiro, quando Maduro voltou a tomar posse do cargo de presidente após vencer as eleições de maio do ano passado, que não foram reconhecidas por parte da comunidade internacional.
No dia 23 de janeiro deste ano, Guaidó invocou vários artigos da Constituição venezuelana para defender que, como presidente da Assembleia Nacional (parlamento), poderia se autoproclamar presidente interino do país ao considerar a posse de Maduro como "ilegítima".