Mundo

EUA anunciam novas sanções contra Coreia do Norte

Washington estuda congelar os bens de bancos e dos indivíduos norte-coreanos que realizem atividades vinculadas com a proliferação nuclear

Secretária de Estado americana, Hillary Clinton: sanções contra Coreia do Norte são respostas ao afundamento da corveta sul-coreana "Cheonan" (AFP)

Secretária de Estado americana, Hillary Clinton: sanções contra Coreia do Norte são respostas ao afundamento da corveta sul-coreana "Cheonan" (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Seul - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou hoje em Seul novas sanções contra a Coreia do Norte, em resposta ao afundamento em março da corveta sul-coreana "Cheonan", atribuído a um ataque do regime comunista de Pyongyang.

Em entrevista coletiva, Hillary assinalou que Washington estuda congelar os bens de bancos e dos indivíduos norte-coreanos que realizem atividades vinculadas com a proliferação nuclear e afirmou que as sanções serão dirigidas à cúpula dirigente norte-coreana e não à população.

Hillary e o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, viajaram para Seul para reafirmar a aliança de seu país com Coreia do Sul, por ocasião do 60º aniversário da Guerra da Coreia, e reunir-se com seus colegas sul-coreanos, Yu Myung-hwan e Kim Tae-young.

Em comunicado, os quatro ministros alertaram a Pyongyang contra as ações de provocação, instaram ao regime de Kim Jong-il a colocar fim "a todos seus programas nucleares" e exigiram que estes assumam a responsabilidade do naufrágio do "Cheonan".

Segundo Hillary, o assessor dos EUA para a não-proliferação nuclear viajará a região para abrir consultas com a Coreia do Sul e outros aliados sobre a aplicação das sanções que, insistiu, terão como objetivo "desestabilizar" as políticas do regime comunista.

As duas Coreias vivem um período de especial tensão após o afundamento da corveta sul-coreana "Cheonan" por causa, segundo uma investigação internacional, de um torpedo norte-coreano, embora Pyongyang o nega.

A corveta sul-coreana afundou em 26 de março perto da fronteira com a Coreia do Norte e há uma semana o Conselho de Segurança da ONU condenou o ataque, embora sem culpar diretamente a Coreia do Norte.


Na entrevista coletiva, Hillary disse que, antes de retomar as negociações de seis lados para a desnuclearização da Coreia do Norte, é preciso que o regime comunista assuma a responsabilidade no caso do "Cheonan" e demonstre vontade de desmantelar seu programa atômico.

Essas conversas, nas quais participam as duas Coreias, EUA, China, Rússia e Japão, estão paralisadas desde o fim de 2008 e recentemente Pyongyang manifestou seu desejo de retomar o diálogo.

A curta visita a Seul dos dois responsáveis do Governo de Barack Obama esteve cheia de simbolismo, especialmente com sua visita à fronteira mais protegida do mundo.

Hillary e Gates foram até a região desmilitarizada que divide as duas Coreias, hoje em dia o último reduto da Guerra Fria, como demonstração de um "forte compromisso" de Washington com Seul contra a ameaça norte-coreana.

Ambos os secretários visitaram o Memorial da Guerra da Coreia, onde prestaram homenagem às tropas da ONU, lideradas pelos EUA, que combateram entre 1950 e 1953 junto com as forças sul-coreanas a Coreia do Norte.

As duas Coreias se encontram em uma situação de guerra técnica já que seu conflito bélico concluiu com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz, depois da explosão da guerra de 25 de junho de 1950, quando o Exército norte-coreano invadiu o Sul.

A guerra deixou mais de três milhões de mortos e desaparecidos, assim como a divisão da nação coreana, cuja cicatriz está presente na zona desmilitarizada, na fronteira mais protegida do mundo.

Além de 650 mil soldados sul-coreanos, 28,5 mil soldados americanos estão na península coreana como poder dissuasório diante de um eventual ataque do regime comunista da Coreia do Norte.

Como advertência a esse regime, os EUA e a Coreia do Sul desenvolverão a partir deste domingo quatro dias de manobras navais e aéreas conjuntas no Mar do Leste (Mar do Japão), nas quais participarão o porta-aviões George Washington, 20 navios de guerra e caças de combate F-22.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do SulEnergiaEnergia nuclearEstados Unidos (EUA)InfraestruturaPaíses ricos

Mais de Mundo

Em Nova York, Milei se encontra pela 3ª vez com Musk

Evo Morales lidera marcha contra presidente da Bolívia em meio a tensões políticas

Ataque de Israel ao Líbano é revoltante e há risco de guerra total, diz Celso Amorim

Superiate naufragado na Itália pode guardar 'dados confidenciais' e senhas de governos nos cofres