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EUA ameaça a Rússia com sanções se país invadir a Ucrânia

Embora Moscou negue qualquer intenção bélica, a presença cada vez maior de tropas russas nos limites da ex-república soviética geram inquietação na Ucrânia

Antony Blinken, secretário de Estado americano. (TOM BRENNER / POOL/AFP)

Antony Blinken, secretário de Estado americano. (TOM BRENNER / POOL/AFP)

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AFP

Publicado em 1 de dezembro de 2021 às 16h44.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, mencionou nesta quarta-feira (1), de Riga, a existência de "evidências" de que a Rússia poderia estar planejando uma invasão à Ucrânia e ameaçou Moscou com sanções econômicas significativas em caso de ataque.

Durante a reunião da OTAN na quarta-feira na capital da Letônia, Blinken acusou Moscou de concentrar "dezenas de milhares de forças de combate adicionais" perto da fronteira com a Ucrânia.

"Não sabemos se o presidente [russo Vladimir] Putin tomou uma decisão sobre a invasão. Sabemos que ele está criando a capacidade de fazê-lo rapidamente, se o decidir", disse na véspera do encontro que terá em Estocolmo com seu homólogo russo, Sergei Lavrov.

"Dissemos claramente ao Kremlin que responderemos, especialmente com uma série de medidas econômicas de alto impacto que decidimos não usar no passado", alertou.

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Embora Moscou negue qualquer intenção bélica, a presença cada vez maior de tropas russas nos limites da ex-república soviética geram inquietação na Ucrânia, que teme uma invasão e pede aos aliados ocidentais que tentem dissuadir o Kremlin.

Na terça-feira, o chefe de Estado da Rússia afirmou que é necessário "reparar os vínculos" com Kiev para que "ninguém se sinta ameaçado".

E, nesta quarta-feira, exortou o Ocidente a alcançar "acordos concretos", excluindo a expansão da OTAN para o leste e o posicionamento de suas armas perto das fronteiras russas, propondo o estabelecimento de "negociações de fundo" sobre isso.

Victoria Nuland, subsecretária de Estado das Relações Exteriores dos EUA, pediu um "cessar-fogo total" durante o Natal na região separatista ucraniana do Dombass.

"A chegada do Natal é um momento para retomar o cessar-fogo, realizar trocas de prisioneiros e reabrir os pontos de fronteira para que as famílias possam se reunir", disse Nuland por vídeo em um fórum de segurança em Kiev.

Desde a anexação da península da Crimeia por Moscou, o governo ucraniano luta contra separatistas pró-Rússia em um conflito que já deixou mais de 13.000 mortos.

Reunião Blinken-Lavrov

A questão foi abordada em uma reunião da Otan nesta quarta-feira em Riga, na Letônia, outra ex-república soviética agora integrada à União Europeia e também limítrofe com a Rússia.

Após a reunião, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciou um encontro na quinta-feira em Estocolmo com seu colega russo Serguei Lavrov, que criticou nesta quarta-feira a "política destrutiva" dos países da Otan.

Segundo o ministro russo, a aliança militar do Atlântico Norte "busca captar a Ucrânia para sua órbita e transformá-la em um país anti-Moscou".

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou que é necessário "explicar que qualquer agressão contra a Ucrânia receberá uma resposta firme".

Também presente na reunião da Otan, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba pediu aos aliados ocidentais que adotem um "pacote de dissuasão" contra Moscou.

A Rússia acusou reciprocamente a Ucrânia de "reforçar suas capacidades militares, com a presença de equipamento pesado e oficiais" no leste do país.

Kiev mobilizou 125.000 soldados, ou seja, metade das Forças Armadas ucranianas, afirmou a porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

Também acusou o país vizinho de sabotar o processo de paz em 2015 com os separatistas ao organizar exercícios militares na presença de tropas estrangeiras no próximo ano, motivo de "grave preocupação" em Moscou.

"A Ucrânia não prevê nenhuma ofensiva militar no leste", afirmou na segunda-feira o chanceler do país.

A tensão atual recorda a crise de abril, quando a Rússia mobilizou dezenas de milhares de soldados na fronteira ucraniana para "exercícios militares" em resposta às atividades "ameaçadoras" da Otan.

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