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EUA alertam que prenderão imigrantes que cruzarem fronteira

Na terça-feira, os imigrantes da América Central começaram a chegar de ônibus a um abrigo que fica a cinco minutos de caminhada da fronteira

Migração: centenas de imigrantes da América Central que integram uma caravana que atravessa o México se reencontraram em Tijuana na quarta-feira (Jorge Duene/Reuters)

Migração: centenas de imigrantes da América Central que integram uma caravana que atravessa o México se reencontraram em Tijuana na quarta-feira (Jorge Duene/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de abril de 2018 às 09h07.

Tijuana - Centenas de imigrantes da América Central que integram uma caravana que atravessa o México se reencontraram em Tijuana na quarta-feira e planejaram cruzar para os Estados Unidos juntos no próximo final de semana, desafiando as ameaças de prisão e expulsão do presidente norte-americano, Donald Trump.

O momento da chegada dos imigrantes pode comprometer uma série de conversas para a renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), um tratado que Trump vem ameaçando descartar se o México não reprimir o fluxo de imigrantes da América Central em seu território.

A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kirstjen Nielsen, disse que sua agência está monitorando a caravana e processará qualquer um que entre ilegalmente em seu país ou faça "um pedido falso de imigração".

Na terça-feira, os imigrantes começaram a chegar de ônibus a um abrigo que fica a cinco minutos de caminhada da fronteira e do qual se vê tremular uma bandeira instalada sobre uma passagem elevada que liga as duas nações.

Minutos depois de desembarcarem, alguns se sentaram diante do abrigo com potes de comida, olhando a estrada que segue para os EUA.

"O muro não parece tão alto", disse Kimberly George, garota hondurenha de 15 anos, apontando na direção da barreira situada a poucos metros de distância. "Quero muito atravessá-lo".

Os imigrantes disseram ter fugido de suas casas na Guatemala, El Salvador e Honduras por causa de ameaças de morte de gangues, do assassinato de familiares ou da perseguição política.

Indo de cidade em cidade, a caravana se tornou uma pedra no sapato das relações EUA-México depois que Trump publicou uma série de tuítes no início de abril pressionando as autoridades mexicanas a deter os imigrantes.

Voluntários do grupo Pueblos Sin Fronteras, que tem sede nos EUA e organizou a caravana, procuraram os imigrantes para debater um plano para atravessar a principal ponte de pedestres rumo ao território norte-americano juntos no domingo.

As tensões irromperam depois que uma autoridade imigratória do México sugeriu que eles seguissem em grupos menores para a estação de fronteira antes de os imigrantes terem a chance de se reunir mais perto do final da semana com advogados de imigração arregimentados pelo Pueblos Sin Fronteras.

Em Washington, o ministro das Relações Exteriores mexicano, Luis Videgaray, se reuniu com Kirstjen para debater a imigração da América Central, informou sua pasta em um comunicado. Ele disse à secretária que o México tomará suas próprias decisões "soberanas" sobre a imigração e que sua cooperação com os EUA é ditada pelos interesses mexicanos.

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