(Aly Song/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 15 de julho de 2021 às 08h30.
Por Saleha Mohsin e Christopher Condon, da Bloomberg
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e sua equipe não têm planos de retomar o diálogo econômico regular com a China que guiou os laços entre as duas nações durante os governos Bush e Obama. Por enquanto, a suspensão herdada da era Trump deve continuar.
Embora a equipe de Yellen e outros departamentos estejam em contato com representantes chineses, a expectativa por enquanto não é reiniciar as negociações formais de alto nível, segundo pessoas a par da situação.
Uma porta-voz do Tesouro dos EUA não comentou de imediato.
O desinteresse em reabrir canais ativos sob a presidência de Barack Obama reforça as evidências da postura mais dura do governo Joe Biden em relação à China, que aponta para uma deterioração contínua dos vínculos entre as duas maiores economias do mundo.
Várias medidas dos EUA nos últimos dias - como o planejado alerta para empresas americanas em Hong Kong, novos controles de importação para a região de Xinjiang e conversas sobre um acordo de comércio digital que excluiria o governo de Pequim - destacam que Biden planeja estender e até mesmo aprofundar a abordagem mais confrontadora do ex-presidente Donald Trump.
Autoridades do governo Biden dizem que a estratégia dos EUA é uma reação ao comportamento agressivo da própria China. Essa postura forçará escolhas difíceis para investidores e empresas no meio do que o próprio Biden descreveu como uma batalha decisiva do século 21 - e pode surpreender os que esperavam uma abordagem mais suave sob o presidente democrata.
Na segunda-feira, Yellen classificou a China entre os países que ameaçam a “ordem internacional baseada em regras” construída após a Segunda Guerra Mundial, juntamente com a Rússia e a Bielorrússia. As declarações foram feitas após uma reunião de ministros das Finanças do G20, enquanto a delegação chinesa participou remotamente, evitando o possível primeiro encontro entre Yellen e autoridades chinesas.
Em 2006, o então secretário do Tesouro Henry Paulson, durante o governo George W. Bush, lançou o chamado Diálogo Econômico Estratégico, que reunia ministros das Finanças, bancos centrais e funcionários do Ministério de Relações Exteriores - entre outros - duas vezes por ano. Isso teve seguimento como Diálogo Estratégico e Econômico anualmente depois que Obama se tornou presidente.
Essas conversas foram suspensas em 2018, depois de uma reunião do grupo no Departamento do Tesouro em 2017 sob o então secretário Steven Mnuchin, que não resultou em uma declaração conjunta.
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