A Shell poderá perfurar quatro poços de exploração no Mar de Beaufort, no Alasca, a partir de julho de 2012 (Shaun Curry/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2011 às 11h57.
Washington - O governo americano abriu o caminho para os planos da gigante do petróleo anglo-holandesa Shell de iniciar a perfuração de poços de exploração no Oceano Ártico a partir do próximo ano, uma decisão "indesculpável" para os ecologistas.
O Departamento do Interior dos Estados Unidos aprovou com condições a proposta da Shell para perfurar quatro poços de exploração em águas pouco profundas do Mar de Beaufort do Alasca (noroeste) a partir de julho de 2012, informou a Agência Nacional de Administração, Regulamentação e Aplicação de Energia Oceânica (BOEMRE na sigla em inglês) em um comunicado.
A aprovação definitiva requer que a Shell obtenha permissões de outras agências americanas, como a Agência de Proteção Ambiental, o Serviço de Pesca e Vida Silvestre e o Serviço Nacional de Pesca Marinha.
"Baseamos nossas decisões em relação à exploração energética e o desenvolvimento no Ártico na melhor informação científica disponível", disse o diretor da BOEMRE, Michael Bromwich.
A agência revisará as atividades da Shell para garantir que estas aconteçam "de maneira segura e ecologicamente responsável", disse.
A Shell recebeu a notícia com "otimismo cauteloso" sobre as perspectivas de negócio no Alasca.
Os ecologistas, no entanto, criticaram a decisão como "perigosa e decepcionante". Também destacaram que coloca em situação de risco ambiental a região remota, sua flora e fauna, além das comunidades nativas.
Uma declaração respaldada pelos grupos ambientalistas Centro para a Diversidade Biológica, Sierra Club e Alaska Wilderness League destaca que a medida ignora uma grande quantidade de inquietações apresentadas pelas mesmas agências americanas durante o catastrófico vazamento de petróleo da BP em 2010 no Golfo do México.
"A decisão da BOEMRE de desconsiderar a ciência e apostar com uma região que é crucial para as ameaçadas baleias da Groenlândia, focas, ursos polares e outra fauna marinha da qual dependem tanto as comunidades indígenas para sua subsistência é indesculpável", afirmou a advogada de Earthjustice, Holly Harris.