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Etiópia registra 1 milhão de deslocados em 2018 por violência étnica

O Unicef afirmou que, para ajudar aos deslocados internos da Etiópia, são necessitários cerca de US$ 111,8 milhões

Com as chuvas nesta época do ano é possível que o número de deslocados aumente ainda mais (Tiksa Negeri/Reuters)

Com as chuvas nesta época do ano é possível que o número de deslocados aumente ainda mais (Tiksa Negeri/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 14h07.

Adis Abeba - O número de deslocados internos na Etiópia aumentou em 1,2 milhões neste ano, até alcançar os 2,8 milhões, devido à violência étnica que afeta várias regiões do país, informam nesta quarta-feira veículos de imprensa locais.

A rede de televisão "Fana" repercutiu um relatório publicado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês), que explica que a maioria dessas pessoas provêm das regiões sul e sudeste do país.

Os dados mostraram que, no fim de 2017, quase 1 milhão de membros da etnia oromo, majoritária na região de Oromia (sul), tinham deixado a região devido a enfrentamentos com a etnia somali.

Há apenas dois meses, outros 800 mil oromos deixaram a localidade de Guji, em Oromia, por lutas com o grupo étnico gedeo.

O número poderia aumentar nos próximos meses, especialmente durante a temporada de chuvas, na qual as inundações podem afetar cerca de 2,5 milhões de pessoas.

O Unicef afirmou que, para ajudar aos deslocados internos da Etiópia, são necessitários recursos de aproximadamente US$ 111,8 milhões.

Além disso, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU começou a distribuir comida para as pessoas que buscam abrigo em centros religiosos da capital da região etíope de Ogaden, Jigjiga.

Nessa região a violência aumentou nas últimas semanas depois que o líder regional de Ogaden (atualmente conhecida como região de Somali), Abdi Illey, ameaçou com a secessão, o que provocou enfrentamentos entre independentistas e simpatizantes do governo.

Até agora, foram distribuídas cerca de 131 toneladas de alimentos, para mais de 15 mil pessoas, mas espera-se que o programa beneficie mais de 52 mil.

Apesar de a situação parecer um pouco mais calma nos últimos dias após a intervenção do exército, a ONU mantém suas restrições de viagem e o PMA interrompeu a maioria de suas operações, mas espera retomá-las nos próximos dias.

A Etiópia é um dos países africanos com mais deslocados internos que não buscaram refúgio em outros países, junto com República Democrática do Congo, Somália, República Centro-Africana e Sudão do Sul.

Além disso, a situação humanitária é ainda mais grave pois a Etiópia é um dos países que mais recebe refugiados das nações vizinhas, já que acolhe atualmente mais de 920 mil pessoas, principalmente de Somália, Sudão, Sudão do Sul e Eritreia.

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