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Etihad, companhia aérea dos Emirados Árabes, deve voltar a voar para o Brasil

Companhia aérea do Oriente Médio parou de operar no país há oito anos. País asiático procura fortalecer relações com Brasília, em meio às reuniões do Brics

Medida faria parte de um esforço para aumentar os laços entre os dois países (Wikicommons)

Medida faria parte de um esforço para aumentar os laços entre os dois países (Wikicommons)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de abril de 2025 às 10h29.

Última atualização em 29 de abril de 2025 às 10h29.

A Etihad Airways — famosa linha aérea dos Emirados Árabes Unidos (EAU) — deve voltar a operar no Brasil nos próximos anos, apontaram a ministra para Cooperação Internacional dos EAU, Reem Al Hashimy, e o ministro assistente para Relações Econômicas e Comerciais do país, Saeed Al Hajeri.

A medida faria parte de um esforço para aumentar os laços entre os dois países e dar suporte ao contingente de turistas brasileiros nos EAU, que recebe cerca de 100 mil brasileiros todos os anos.

Em conversa com jornalistas no encontro de chanceleres do Brics, que teve início ontem no Rio de Janeiro, Al Hashimy também destacou que os milhares de brasileiros que residem nos Emirados “trazem a força brasileira para a mesa”.

Al Hajeri sinalizou que o Brasil é uma ponte para as empresas de seu país que procuram novas oportunidades na América Latina.

— O Brasil é uma porta de entrada para nossos investimentos na região. Já temos operações no Rio de Janeiro, em portos e projetos de energia renovável — explica o vice-ministro.

Procurada pelo GLOBO, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que ainda não recebeu nenhuma solicitação da Etihad para operar no país até o momento. A Etihad não respondeu aos pedidos de comentário até a publicação desta reportagem.

Apesar de ainda não se ter uma previsão de retorno da companhia, os representantes dos EAU explicam que os laços com o Brasil devem seguir se fortalecendo, em especial, após a entrada país asiático no Brics.

Segundo as autoridades dos EAU, o Brasil é o maior parceiro comercial do país na América do Sul, enquanto eles são o segundo maior do Brasil na região do Oriente Médio e Norte da África.

— Em 2023, o comércio bilateral não petrolífero entre os Emirados Árabes Unidos e o Brasil ultrapassou US$ 4 bilhões, o que comprova a profundidade e a resiliência de nossos laços econômicos. Acreditamos que isso é apenas o começo. Nosso objetivo é expandir significativamente os volumes de comércio, os fluxos de investimento e a colaboração entre setores nos próximos anos — disse Al Hajeri.

Entrada no BRICS

Os Emirados Árabes Unidos entraram no Brics — sigla para o bloco econômico inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — em 2023, junto com Egito, Etiópia, Árabia Saudita e Irã.

Para Al Hashimy, os BRICS são uma “plataforma para a colaboração e não confrontamento”. Em um ambiente de incerteza econômica, o bloco se posiciona como uma das formas dos EAU expandir seus parceiros comerciais, aponta a ministra ao ser perguntada sobre as políticas de comércio de Donald Trump.

Assim como o Brasil, os EAU tiveram seus produtos exportados para os EUA taxados com a menor alíquota possível, de 10%.

Para além das questões econômicas, Al Hashimy também defendeu uma reforma na governança global, pontuando a importância de cada país ter uma voz dentro das discussões geopolíticas e econômicas mundiais.

— A filosofia para nós é que todos os países têm um voto — afirmou, citando as reuniões da Organização das Nações Unidas (ONU) como exemplo. — E se eu tiver um voto, eu tenho uma importância nessa discussão.

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