Mundo

Ética da Fifa recomenda suspensão de Valcke por 9 anos

Violando sete artigos do código de ética da entidade, o francês poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025


	Jerome Valcke: ele é denunciado por "oferecer e receber presentes e outros benefícios"
 (REUTERS)

Jerome Valcke: ele é denunciado por "oferecer e receber presentes e outros benefícios" (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2016 às 13h07.

Zurique - O Comitê de Ética da Fifa recomendou a suspensão por nove anos do ex-secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.

Violando sete artigos do código de ética da entidade, o francês poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025.

Ele é denunciado por "oferecer e receber presentes e outros benefícios". Além da suspensão, ele pagaria uma multa de US$ 100 mil.

Valcke comandou a organização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 e chegou a ser pago pela CBF para planejar a candidatura do País.

Em 2015, a reportagem do Estado revelou ao lado de jornais como The Guardian e Wall Street Journal como Valcke atuou nos bastidores para lucrar milhões de dólares com a venda de ingressos para a Copa de 2014.

Agora, a decisão está nas mãos dos juiz Hans-Joachim Eckert que avaliará as denúncias de violação de regras de conduta, lealdade, confidencialidade, conflito de interesses, obrigação de colaborar e oferecer aceitar presentes e outros benefícios.

Valcke, que chegou a pensar em uma candidatura para a presidência da Fifa, foi afastado depois que o jornal Estado de S.Paulo e outros nove jornais internacionais revelarem que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.

Falastrão e milionário, Valcke ficou conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um "chute no traseiro" pelos atrasos na obras da Copa do Mundo.

Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional, o que custou a ela US$ 90 milhões em 2006.

Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento. Mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.

Agora, as alegações apontam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa.

A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais.

Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.

O Estado foi um dos dez meios de comunicação do mundo e o único no Brasil a receber com exclusividade e-mails confidenciais de Valcke, que se declara inocente, revelando um esquema milionário para a revenda de entradas para o Mundial de 2014 e que agora chega ao Comitê de Ética da Fifa.

Acompanhe tudo sobre:EsportesÉticaFifaFutebol

Mais de Mundo

Qual visto é necessário para trabalhar nos EUA? Saiba como emitir

Talibã proíbe livros 'não islâmicos' em bibliotecas e livrarias do Afeganistão

China e Brasil fortalecem parceria estratégica e destacam compromisso com futuro compartilhado

Matt Gaetz desiste de indicação para ser secretário de Justiça de Donald Trump