Estante com armas: organização terroristas, em cinco décadas de atividade armada assassinou mais de 850 pessoas em sua busca pela independência do País Basco (©AFP/Getty Images/File / Ethan Miller)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2013 às 12h52.
Madri - A organização terrorista ETA, que em outubro de 2011 anunciou a cessação definitiva de sua atividade armada, tem intenção de iniciar a entrega de suas armas antes do Natal, disseram à Agência Efe fontes conhecedoras do processo.
Antes do final do ano, a organização terroristas, que em cinco décadas de atividade armada assassinou mais de 850 pessoas em sua busca pela independência do País Basco, previsivelmente anunciará em comunicado que inicia um processo de desarmamento, que será "lento" e verificado por um órgão internacional.
Nesta declaração, precisaram as fontes, o grupo oferecerá um "inventário" do armamento e explosivos em seu poder, embora possivelmente não dirá nem como e nem quando fará a entrega "ordenada".
Para este processo, segundo as fontes, o ETA contará com um organismo internacional "independente".
As fontes indicaram que, para facilitar este plano, a esquerda independentista basca realizará nos próximos dias 16 e 17 um ato no México no qual personalidades latino-americanas darão seu apoio ao processo de paz.
Além disso, a Prefeitura da cidade basca de San Sebastián, governada pela formação independentista Bildu, organizará em outubro uma conferência internacional de prefeitos sobre a paz e um seminário.
As fontes destacaram que existe um novo elemento que pode mudar o cenário para os presos: a sentença do Tribunal Europeu de Direitos Humanos de Estrasburgo (TEDH) sobre a doutrina Parot, que, no caso de ser derrogada, poderia tirar da prisão a mais de 50 "pessoas".
Esta doutrina, estabelecida em 2006 pela Suprema Corte espanhola, considera que as redenções de pena penitenciárias devem ser aplicadas sobre cada uma das penas e não sobre o máximo de 30 anos que um preso pode permanecer na prisão na Espanha.
As fontes consultadas pela Agência Efe recalcaram que não há marcha ré na decisão do ETA de pôr fim à violência e que os próximos meses serão chave para impulsionar um processo que está parado há alguns meses.