Pamplona - A organização terrorista ETA anunciou o fim da extorsão aos empresários, como consequência do cessar-fogo declarado no dia 10 de janeiro, segundo uma carta remetida ao presidente do sindicato da região de Navarra (norte da Espanha), vizinha do País Basco.

José Antonio Sarría, presidente da Confederação de Empresários de Navarra, informou nesta quinta-feira da citada carta em entrevista coletiva e disse que desde outubro do ano passado não consta que nenhum empresário navarro tenha recebido cartas da ETA reivindicando a entrega de dinheiro.

O sindicato basco Confebask informou que também recebeu uma carta na qual a organização terrorista anuncia o fim das práticas de extorsão.

O presidente desta organização empresarial, José Miguel Lazpiur, tinha assinalado recentemente que não tinha constância desde o anúncio de cessar-fogo da ETA em janeiro que se tivessem recebido cartas de extorsão.

O grupo terrorista anunciou em 10 de janeiro "um cessar-fogo permanente e de caráter geral".

O anúncio, a décima segunda proclamação da cessação da violência realizada pelo grupo armado que procura pelas armas a independência do País Basco, foi considerado insuficiente pelo Governo espanhol e as forças políticas majoritárias que exigem a ETA o fim definitivo da violência.

Em suas cinco décadas de atividade, a ETA assassinou quase 900 pessoas, além de cometer dezenas de sequestros e milhares de extorsões a empresários.

Alguns políticos e analistas consideram o último anúncio de cessar-fogo um passo oportunista em um momento de grande fraqueza da ETA, que no último ano sofreu numerosas detenções de dirigentes e ativistas além da proximidade com as eleições locais na Espanha, no dia 22 de maio, quando seu braço político Batasuna não poderá concorrer.

A ETA, sigla de "Euskadi ta askatasuna" ("Pátria Basca e liberdade"), foi fundada em 31 de julho de 1959 com o objetivo de buscar a independência do País Basco da Espanha e causou a morte de quase 900 pessoas, a última o policial francês Jean-Serge Nerin, em 16 de março de 2010 na França. EFE