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Estudo revela vulnerabilidade de urnas eletrônicas

Com base em dados dos Estados Unidos, o relatório mostra vulnerabilidades que podem representar ameaça à segurança nacional

Urnas: maioria das urnas examinadas esteve sujeita à incrementação de vírus (Chris Keane/File Photo/Reuters)

Urnas: maioria das urnas examinadas esteve sujeita à incrementação de vírus (Chris Keane/File Photo/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de outubro de 2017 às 10h53.

Hackers podem ter se infiltrado facilmente nas urnas eletrônicas utilizadas nas eleições de 2016 nos Estados Unidos, e, provavelmente, tentarão fazê-lo novamente, diante da vulnerabilidade dos sistemas eletrônicos de voto, revelou nesta terça-feira um grupo de pesquisadores.

Segundo um relatório sobre manipulação de urnas eletrônicas, que inclui conclusões detalhadas de um congresso de hackers realizado em julho, existem numerosas vulnerabilidades que representam uma ameaça à segurança nacional.

Os investigadores analisaram os resultados do concurso de hackers "população votante", organizado pelo congresso DefCon, em Las Vegas, que mostraram como as urnas eletrônicas podem ser comprometidas em questão de minutos.

"Estas máquinas são muito fáceis de hackear", declarou Jeff Moss, fundador da DefCon, que apresentou o relatório no centro de análises Atlantic Council em Washington. "É um problema que não vai desaparecer, apenas se acelerar".

Segundo o relatório, as vulnerabilidades das urnas eletrônicas mostradas no DefCon, que reúne especialistas em segurança, hackers, jornalistas e outros profissionais da área de informática, são apenas a ponta do iceberg.

Os investigadores destacaram que a maioria das urnas examinadas incluem ao menos um componente manufaturado, o que incrementa a possibilidade de introdução de vírus, inclusive antes de sua entrega.

"Esta descoberta significa que o acesso de um hacker (...) a uma urna eletrônica pode ocorrer inclusive antes de a máquina sair da linha de produção", destaca o relatório.

Para os investigadores, "com o poder de se infiltrar na infraestrutura eleitoral em qualquer ponto da cadeia de produção, a capacidade de sincronizar e infligir dano em larga escala é uma possibilidade real".

Segundo Harri Hursti, pesquisador do centro Nordic Innovation Labs e um dos autores do relatório, éimpossível afirmar com certeza se os resultados das eleições de 2016 nos EUA foram manipulados ou não, porque muitos sistemas "não têm a capacidade" de ser auditados.

O relatório destaca que nos Estados Unidos cinco dos 50 estados funcionam completamente com urnas eletrônicas e sem voto impresso, e que outros nove estados operam quase da mesma forma.

"O única forma de saber se houve manipulação é a confissão do hacker. É possível fazer isto (adulteração das urnas) sem deixar as digitais".

Segundo Douglas Lute, ex-embaixador americano na Otan e ligado à apresentação do relatório no Atlantic Council, as conclusões evidenciam "um assunto sério de segurança nacional que ameaça o coração da nossa democracia".

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