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Estudo prevê 'brusco giro à direita' em eleições europeias

Pesquisa projeta também que os partidos ou candidatos eurocéticos podem ser os mais votados em pelo menos nove países-membros da UE

Segunda colocada nas últimas eleições francesas, Marine Le Pen lidera o partido ultranacionalista Reagrupamento Nacional (Marc Burleigh/AFP Photo)

Segunda colocada nas últimas eleições francesas, Marine Le Pen lidera o partido ultranacionalista Reagrupamento Nacional (Marc Burleigh/AFP Photo)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 14h04.

As eleições europeias de junho podem propiciar um "brusco giro à direita", com o qual os grupos conservadores ficariam com quase a metade dos assentos do Parlamento Europeu, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira, 24.

O relatório, elaborado pelo centro de reflexão política Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, em inglês), apontam no mesmo sentido de outras pesquisas que projetam um fortalecimento da extrema direita nas eleições da UE previstas para junho.

O estudo projeta que os partidos ou candidatos eurocéticos, ou seja, os que questionam a UE, podem ser os mais votados "em pelo menos nove Estados-membros", entre eles França, com o Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen, e Itália, pelas mãos do Irmãos da Itália, o partido da primeira-ministra Giorgia Meloni.

As formações populistas de direita também ficariam em segundo ou terceiro lugar em outros nove países, como Alemanha (AfD), Espanha (Vox) e Suécia.

Além disso, "existe uma grande possibilidade de que haja representação de partidos pró-russos na próxima legislatura", afirmou o ECFR, que apontou para os três assentos que uma legenda búlgara simpatizante com o Kremlin pode obter.

De acordo com os co-autores do estudo, Simon Hix e Kevin Cunningham, uma consequência desse cenário seria o enfraquecimento do Estado de direito na Europa e das ações do bloco para combater a mudança climática, assim como uma postura mais dura contra a imigração.

Caso se confirme, esse giro ocorreria cinco meses antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, que podem levar Donald Trump de volta à Casa Branca.

"Em um contexto de populismo de agitação (...) os partidos tradicionais devem despertar e considerar as demandas dos eleitores, reconhecendo ao mesmo tempo a necessidade de uma Europa mais intervencionista e poderosa no cenário mundial", apontou Hix.

São esses partidos "e não os que estão nas margens políticas que estão em melhores condições de proteger os direitos europeus fundamentais", indicou no estudo.

Possibilidade de coalizão à direita

Os números analisados pelo ECFR sugerem que o Partido Popular Europeu (PPE, direita) seguirá contando com a maior bancada no Parlamento Europeu.

No entanto, o PPE perderia assentos, assim como o segundo maior grupo, o dos Socialistas e Democratas (S&D).

Do lado conservador, não se descarta que os outros blocos de direita, os Reformistas (ECR) e Identidade e Democracia (ID) estejam diante de "uma possibilidade real de uma coalizão, pela primeira vez" com os 'populares'.

Segundo o estudo, uma "coalizão populista de direita" formada pelo PPE, ECR e ID obteria até 49% dos 720 assentos do Parlamento Europeu.

A extrema direita poderia se ver, desta forma, envolvida na tomada de decisões a um nível inédito desde a criação do Parlamento Europeu em 1979.

O estudo do ECFR se baseia em recentes pesquisas de opinião efetuadas nos 27 Estados-membros da UE, e nos resultados dos partidos nas últimas legislativas de cada país.

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