Mundo

Estudo mostra que mudanças climáticas alteram gosto da maçã

Os pomares usados no estudo produzem as variedades Fuji e Tsugaru, as duas mais populares do mundo. Elas estão ficando mais doces, porém menos crocantes

Fruta popular: todos os anos são produzidas cerca de 60 milhões de toneladas de maçãs (©afp.com / Johannes Eisele)

Fruta popular: todos os anos são produzidas cerca de 60 milhões de toneladas de maçãs (©afp.com / Johannes Eisele)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2013 às 18h13.

Paris - As mudanças climáticas estão fazendo as maçãs ficarem mais doces, porém menos crocantes, demonstrou um estudo publicado nesta quinta-feira.

Ao analisar dados reunidos entre 1970 e 2010 em dois pomares no Japão, uma equipe de cientisas afirmou existirem evidências claras de que as mudanças climáticas estão afetando o sabor e a textura da maçã.

"Todas estas mudanças podem ser resultantes de um florescimento precoce e temperaturas mais elevadas" durante a temporada de crescimento, escreveram os cientistas no periódico Nature Scientific Reports.

Todos os anos são produzidas cerca de 60 milhões de toneladas de maçãs, o que faz desta a terceira fruta mais popular do mundo.

Estudos anteriores tinham demonstrado que o aquecimento global estava fazendo as macieiras florescerem mais cedo e que as colheitas também eram afetadas por mudanças no padrão de chuvas e da temperatura do ar.

Os pomares usados no estudo produzem as variedades Fuji e Tsugaru, as duas mais populares do mundo.

As fazendas produtoras pesquisadas se situam nas prefeituras de Nagano e Aomori, no Japão, onde foram observadas elevações médias da temperatura do ar de 0,31ºC e 0,34ºC, respectivamente, por década. Os pomares foram escolhidos porque não têm havido mudanças nas práticas de cultivo ou gestão por períodos longos, descartando desta forma fatores não climáticos como melhorias tecnológicas nas mudanças observadas na maçã.


Os dados coletados ao longo dos anos incluíram medições da concentração de ácido e açúcar, firmeza da fruta e o 'pingo de mel', uma doença que faz com que áreas encharcadas de água surjam na polpa da maçã.

A análise mostrou uma redução na acidez, na firmeza e no pingo de mel, mas um aumento na concentração de açúcar com o passar do tempo.

"Acreditamos que uma maçã mais doce é algo positivo e que a perda de firmeza é algo negativo", afirmou à AFP o co-autor do estudo, Toshihiko Sugiura, do Instituto Nacional de Ciência das Árvores Frutíferas, em Fujimoto.

"Acreditamos que a maioria das pessoas gosta de maçãs doces e firmes, embora cada um tenha seu gosto particular. Uma maçã macia é denominada 'Boke' em japonês, o que significa que a fruta é insípida ou senil", acrescentou.

Segundo o estudo, os resultados "sugerem que os atributos de sabor e textura das maçãs no mercado estão sofrendo uma mudança de uma perspectiva de longo prazo, ainda que os consumidores possam não perceber esta mudança sutil".

Os cientistas dizem que esta pesquisa foi a primeira a mensurar mudanças no sabor e na textura da fruta como resultado das mudanças climáticas.

Acompanhe tudo sobre:FrutasMeio ambienteSaúde e boa forma

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia