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Estudo mostra que as nuvens estão cada vez mais perto da Terra

Segundo pesquisadores, mudança na altura das nuvens captada por satélites da Nasa pode indicar um mecanismo de reação contra o aquecimento global

Nuvens carregadas  (Getty Images)

Nuvens carregadas (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 27 de fevereiro de 2012 às 17h37.

São Paulo – Se algum dia você reparar que o céu está especialmente opressor e carregado, como se fosse “cair”, não se desespere. Segundo um novo estudo científico, as nuvens estão se aproximando da Terra, o que pode sugerir um mecanismo natural de reação contra o aquecimento global.

A pesquisa realizada pela Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, analisou a variação da altura das nuvens na última década, a partir de imagens captadas por satélites da agência espacial americana, Nasa. A altura média global das nuvens diminuiu de 30 a 40 metros entre março de 2000 e fevereiro de 2010, o que equivale a 1% de sua altura tradicional.

Segundo o estudo, publicado recentemente na revista Geophysical Research Letters, a diferença é resultado de uma redução na formação de nuvens em altitudes elevadas. Os cientistas não sabem ao certo quais são as causas dessa baixa, mas especulam que a mudança seja uma reposta ao aquecimento do planeta.

De acordo com o pesquisador-chefe Roger Davies, uma redução na altura das nuvens ajudaria a reduzir a temperatura da superfície terrestre e retardar os efeitos potenciais do aquecimento global. No entanto, diz o cientista, mais estudos serão necessários para se chegar a uma conclusão, incluindo observações no comportamento das nuvens no longo prazo.

“É a primeira vez que conseguimos verificar a variação da altura das nuvens, mas ainda se trata de um registro curto para ser considerado definitivo e que fornece apenas um indício de que algo muito importante pode estar acontecendo", diz Davies. O satélite de pesquisa da Nasa vai continuar a coleta de dados na próxima década, o que ajudará a determinar se a redução das nuvens é uma tendência consistente.

De acordo com o pesquisador, se as nuvens voltarem à sua altura normal, será possível concluir que a diferença verificada não está retardando as mudanças climáticas. Do contrário, se as nuvens continuarem se aproximando da Terra, será a prova de que um mecanismo de resfriamento está em jogo.

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