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Estudantes fazem greve de fome na Venezuela por tratamento à oposição

Grevistas fazem parte do movimento Juventude Ativa Venezuela Unida e pedem a libertação de 27 oposicionistas presos

Oposição acusa Hugo Chávez de prender ativistas venezuelanos por razões políticas (Michael Nagle/Getty Images)

Oposição acusa Hugo Chávez de prender ativistas venezuelanos por razões políticas (Michael Nagle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 07h26.

Brasília - Em protesto ao tratamento dispensado pelo governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aos oposicionistas, 25 estudantes universitários fazem greve de fome no país – 19 lideram manifestações na capital e mais seis, no interior do país. Do grupo, 13 estão sem comer há duas semanas. Os jovens protestam em frente à sede da Organização de Estados Americanos (OEA), em Caracas, e aos prédios das embaixadas do Chile e da Costa Rica, na capital venezuelana.

“Completamos duas semanas sem comer, são mais de 300 horas, e decidimos ampliar o protesto com greves de fome com três jovens ficando em frente à Embaixada do Chile e outros três em frente à Embaixada da Costa Rica”, disse o líder do grupo, Lorent Saleh.

Os grevistas fazem parte do movimento Juventude Ativa Venezuela Unida e pedem a libertação de 27 pessoas que dizem ter sido presas por motivos políticos. O grupo exige ainda que que seja reconhecida a imunidade parlamentar dos deputados eleitos Biagio Piglieri e José Sánchez, que foram impedidos de tomar posse.

Piglieri, segundo as autoridades venezuelanas, é acusado de corrupção e detido em casa. Sánchez também foi denunciada pelo mesmo crime e terá de cumprir uma pena de 19 anos de prisão por cumplicidade num homicídio. Mas a oposição informou que ambos foram julgados por razões políticas.

“Informamos ao presidente [Hugo] Chávez e ao secretário-geral da Organização de Estado Americanos [José Miguel Insulza] que a juventude venezuelana vai manter o protesto ao qual chamamos Operação Liberdade e que nas próximas horas tomaremos outras medidas”, disse Saleh.

Na cidade de Maracaibo, a 800 quilômetros de Caracas, mais seis jovens universitários fazem greve de fome pela liberação dos presos políticos. Os manifestantes exigem ainda que a juíza Maria Loudes Afiniu seja absolvida das acusações de corrupção. Os manifestantes ameaçaram radicalizar.

Na semana passada, Insulza manifestou preocupação pela duração da greve de fome e revelou interesse em visitar o país.

No final de 2009, um grupo de 15 jovens estudantes fez uma greve de fome que durou 17 dias. O grupo reivindicava a visita de uma missão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, organismo que depende da OEA, e que fontes não oficiais informam que não viajam ao país desde 2002.

Na cidade de Méridas, três caminhões com carregamentos de alimento foram hoje (15) incendiados em um protesto organizado por um grupo de encapuçados que se queixam da falta de verbas na Universidade de Los Andes (ULA). Há, ainda, reclamações sobre deficiências no funcionamento da cantina universitária, por alegada falta de recursos.

A situação obrigou os organismos policiais a reforçar as ações para controlar o centro da cidade de Mérida, a 600 quilômetros a sudoeste de Caracas.

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