Mundo

Atirador de escola francesa teria se inspirado em vídeos dos EUA

A menos de seis semanas da eleição presidencial na França, o ataque do adolescente de 16 anos deve atiçar o debate sobre segurança e terrorismo

França: o jovem, que também carregava munições, revólveres, uma granada e o que parecia ser um artefato explosivo caseiro, não apresentou nenhuma resistência quando foi preso na escola (Eric Gaillard/Reuters)

França: o jovem, que também carregava munições, revólveres, uma granada e o que parecia ser um artefato explosivo caseiro, não apresentou nenhuma resistência quando foi preso na escola (Eric Gaillard/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 16 de março de 2017 às 20h04.

Última atualização em 16 de março de 2017 às 21h49.

GRASSE, França - Um estudante adolescente abriu fogo em uma em escola de ensino médio do sudeste da França, nesta quinta-feira, e feriu quatro pessoas, em um ataque aparentemente inspirado em vídeos de tiroteios nos Estados Unidos, segundo autoridades.

O incidente, que não parece ter qualquer ligação com militância, ocorreu com o país em estado de alerta, depois que mais de 230 pessoas foram mortas por agressores aliados ao grupo militante Estado Islâmico nos últimos anos.

"Foi um pânico total", disse Achraf, um aluno, à BFM TV.

"Os tiros aconteceram de 4 a 5 metros de onde estávamos. Achamos que ele estava vindo na nossa direção. Nós o ouvimos gritando".

"Eu só conheço o atirador de vista. Ele era gentil e discreto, não um cara ruim", completou.

O ministro da Educação da França, Najat Vallaud-Belkacem, visitou o local em Grasse, uma cidade conhecida por sua indústria de perfumes, e disse que o ataque parecia ser "um ato louco realizado por um jovem frágil fascinado por armas de fogo".

"Suas motivações parecem estar ligadas a relacionamentos ruins que teve com outros alunos na escola", disse a promotora de Grasse, Fabienne Atzori, a jornalistas.

A menos de seis semanas da eleição presidencial, o ataque do adolescente de 16 anos armado com uma espingarda deve atiçar o debate sobre segurança e terrorismo, que têm sido temas de destaque da campanha eleitoral.

Separadamente também nesta quinta-feira, uma funcionária do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi ferida no rosto e nos braços quando uma carta-bomba enviada ao escritório da entidade em Paris explodiu ao ser aberta por ela, informou a polícia.

A promotora disse que 10 pessoas ficaram feridas no ataque da escola, seja fisicamente ou emocionalmente.

Uma pessoa foi baleada no estômago e o diretor ficou ferido no ombro depois de tentar parar o atirador.

O jovem, que também carregava munições, revólveres, uma granada e o que parecia ser um artefato explosivo caseiro, não apresentou nenhuma resistência quando foi preso na escola, afirmou ela.

O jovem não era conhecido da polícia. Estavam sendo feitas verificações para determinar se havia algum cúmplice e como ele havia adquirido as armas.

"As primeiras investigações levam a crer que ele consultou vídeos de chacinas de estilo norte-americano", disse um porta-voz do Ministério do Interior.

A França tem uma das legislações de porte de armas mais severas do mundo. Os cidadãos franceses não têm permissão para portar armas automáticas, e muitos outros armamentos exigem autorização do governo e um exame médico, além de uma licença de uma federação de caça ou tiro esportivo.

Acompanhe tudo sobre:ArmasEscolasFrançaViolência urbana

Mais de Mundo

Qual visto é necessário para trabalhar nos EUA? Saiba como emitir

Talibã proíbe livros 'não islâmicos' em bibliotecas e livrarias do Afeganistão

China e Brasil fortalecem parceria estratégica e destacam compromisso com futuro compartilhado

Matt Gaetz desiste de indicação para ser secretário de Justiça de Donald Trump