Coringa: filme tem acumulado prêmios em festivais e é apontado como um forte candidato ao Oscar (Reprodução/YouTube)
AFP
Publicado em 27 de setembro de 2019 às 19h54.
A polícia de Los Angeles informou nesta sexta-feira (27) que pretende aumentar o número de policias nas ruas próximas de salas de cinema durante a estreia do filme "Coringa", que tem despertado temores de violência por conta de seu polêmico conteúdo.
Uma porta-voz do serviço de segurança informou à AFP que, embora não exista nenhuma suspeita de ameaça iminente, "o departamento manterá uma alta presença nas salas de cinema quando o filme estrear" na próxima semana.
Esta produção, na qual Joaquin Phoenix interpreta o arqui-inimigo de Batman, levantou preocupações sobre incitação à violência, pois aborda a história de um homem marginalizado que se transforma em um assassino cruel.
"Nós encorajamos todos a sair e desfrutar de todas as atividades de lazer oferecidas por esta cidade no fim de semana. No entanto, os moradores de Los Angeles devem permanecer atentos e sempre atentos ao que acontece ao redor", disse a porta-voz Rosie Cervantes. "Como sempre, se encontrar algo suspeito, denuncie".
A estreia de "Coringa", em 4 de outubro nos Estados Unidos, ocorre sete anos depois que um homem abriu fogo em um cinema em Aurora, Colorado (oeste), precisamente na estreia de um filme do homem-morcego, "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge", matando 12 pessoas e deixando 70 feridos.
"O Departamento de Polícia de Los Angeles está ciente das preocupações do público e da importância histórica associada à estreia do Coringa", disse Cervantes.
No início desta semana, parentes e amigos das vítimas de Aurora escreveram uma carta aberta ao estúdio da Warner, na qual manifestaram preocupação com o fato de "Coringa" apresentar a origem do vilão "de maneira simpática".
Dirigido por Todd Phillips, o filme mostra o personagem como um jovem gravemente deprimido que tenta construir uma carreira como comediante, mas é constantemente rejeitado e agredido pela sociedade até que ele decide se vingar de uma maneira excessivamente violenta.
As famílias de Aurora destacaram que a tragédia real que caiu sobre elas foi "praticada por um indivíduo socialmente isolado que se sentiu 'maltratado' pela sociedade".
Ao ser detido, James Holmes, o responsável pelo massacre de 20 de julho de 2012 em um cinema lotado que exibia o filme do Batman, se identificou às autoridades como "Coringa".
A Warner informou que "nem o personagem fictício Coringa, nem o filme, é um endosso de qualquer tipo de violência no mundo real. Não é a intenção do filme, dos cineastas ou do estúdio mostrar esse personagem como um herói".
O filme também estreia semanas após os recentes massacres que deixaram 22 mortos em El Paso, Texas, nove em Dayton, Ohio, e sete em Odessa, também no Texas.