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Estratégia antiterrorismo de Trump pede participação de aliados

O esboço de 11 páginas, visto nesta sexta-feira pela Reuters, diz que os EUA devem evitar compromissos militares caros e "com finais em aberto"

Trump: o documento reconhece que o terrorismo "não pode ser derrotado com qualquer tipo de finalidade" (Carlos Barria/Reuters)

Trump: o documento reconhece que o terrorismo "não pode ser derrotado com qualquer tipo de finalidade" (Carlos Barria/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de maio de 2017 às 21h01.

Washington- Um esboço da nova estratégia antiterrorismo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demanda que aliados norte-americanos compartilhem mais do fardo no combate a militantes islâmicos, embora reconheça que o flagelo nunca será completamente eliminado.

O esboço de 11 páginas, visto nesta sexta-feira pela Reuters, diz que os EUA devem evitar compromissos militares caros e "com finais em aberto".

"Temos que intensificar operações contra grupos jihadistas globais, embora também reduzir os custos do 'sangue e tesouro' americano em busca de nossos objetivos antiterrorismo", diz o documento, que deve divulgado nos próximos meses.

"Buscaremos evitar intervenções militares norte-americanas caras e de grandes escalas para alcançar objetivos antiterrorismo e iremos buscar cada vez mais por parceiros para compartilharmos a responsabilidade de conter grupos terroristas", acrescenta o documento.

No entanto, o documento reconhece que o terrorismo "não pode ser derrotado com qualquer tipo de finalidade".

Michael Anton, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, disse: "Como parte de sua abordagem global, o governo está analisando toda a estratégia de segurança nacional dos EUA, para incluir a missão antiterrorista - que é especialmente importante, já que nenhuma estratégia foi produzida publicamente desde 2011".

Quando publicado, será o primeiro modelo técnico norte-americano em seis anos destacando como combater o extremismo islâmico, grande questão durante a campanha presidencial de Trump.

A estratégia, que autoridades dizem ainda estar sendo aperfeiçoada na Casa Branca, descreve a ameaça de grupos militantes islâmicos em tons fortes.

Ainda resta ser visto como Trump pode cumprir seu objetivo de evitar intervenções militares, com conflitos em curso envolvendo tropas norte-americanas no Iraque, Síria, Afeganistão, Iêmen e outros locais.

Em vez de reduzir compromissos norte-americanos, ele aderiu em grande parte planos do governo do ex-presidente Obama de intensificar operações militares contra grupos militantes e deu maior autonomia ao Pentágono para atacá-los em países como Iêmen e Somália.

Trump pode em breve reverter anos de retiradas ordenadas por Obama no Afeganistão.

Seu governo está considerando aumentar em 3 mil a 5 mil soldados o contingente de 8.400 soldados norte-americanos que ajudam forças afegãs a lutar contra o Taliban, disseram autoridades e ex-autoridades dos EUA.

O ritmo aumentado de operações militares norte-americanas tem gerado uma recente onda de mortes norte-americanas.

A mais recente aconteceu na Somália, onde um fuzileiro naval morreu e dois outros ficaram feridos em um ataque de militantes do al Shabaab, disseram nesta sexta-feira autoridades dos EUA.

Desde que o ex-presidente Obama divulgou a última estratégia antiterrorismo dos EUA, em 2011, antes do aparecimento do Estado Islâmico, a ameaça se "diversificou em tamanho, escopo e complexidade do que enfrentávamos há alguns anos", segundo o esboço do documento de estratégia.

Além do Estado Islâmico, os EUA e seus aliados estão ameaçados por uma al Qaeda fortalecida, grupos como a rede Haqqani e o Hezbollah, assim como extremistas internos radicalizados pela internet, segundo o documento.

Bruce Hoffman, diretor do Centro de Estudos de Segurança da Universidade de Georgetown e que revisou o documento a pedido da Reuters, disse que o esboço "retrata - e penso que com precisão - uma imagem mais terrível" da ameaça do que o documento Obama, que soava "triunfalista" após a morte do líder da al Qaeda, Osama bin Laden, em 2011 no Paquistão, em consequência de um ataque norte-americano.

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