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'Este é um novo começo' na relação Venezuela-EUA, diz Maduro após vitória de Trump

O governo da Venezuela já havia declarado estar disposto a "estabelecer boas relações" com Washington

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 7 de novembro de 2024 às 06h56.

Última atualização em 7 de novembro de 2024 às 06h59.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, apostou em um "novo começo" nas relações com os Estados Unidos, rompidas em 2019 durante o primeiro mandato do agora reeleito Donald Trump, que impôs sanções para forçar a saída do governante esquerdista.

"Em seu primeiro governo, não nos demos bem com o presidente reeleito Donald Trump. Este é um novo começo para que apostemos em um ganha-ganha e que tudo corra bem para os Estados Unidos e tudo corra bem para a Venezuela", disse Maduro em uma transmissão no YouTube na quarta-feira, 6.

“Desejo a ele sorte em seu governo” e “aqui estará Nicolás Maduro Moros, presidente constitucional reeleito da Venezuela sempre disposto a relações positivas com os Estados Unidos e com o mundo inteiro”, acrescentou.

Mais cedo, o governo da Venezuela já havia declarado estar disposto a "estabelecer boas relações" com Washington na volta do bilionário ao poder.

"A Venezuela sempre está disposta a estabelecer boas relações com os governos americanos, enquadradas no espírito de diálogo, respeito e sensatez", informou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

Caracas rompeu relações com Washington em 2019, quando a Casa Branca reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como "presidente interino", após a oposição boicotar as eleições presidenciais venezuelanas um ano antes, alegando que não havia condições para um pleito transparente.

Durante seu primeiro governo (2017-2021), Trump liderou uma ofensiva internacional para tentar afastar Maduro do poder e impôs sanções que incluíam um embargo ao petróleo venezuelano.

As medidas foram flexibilizadas na administração de Joe Biden, que concedeu licenças para que multinacionais de energia operassem no país caribenho.

Trump chegou a afirmar que "todas as opções", incluindo a militar, estavam sobre a mesa no caso da Venezuela.

Agora, a vitória de Trump coincide com denúncias de fraude na reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031). A oposição reclama que o candidato Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha após ser alvo de um mandado de prisão, teria vencido.

O comunicado do governo da Venezuela nesta quarta-feira não menciona diretamente as sanções impostas por Trump, mas faz um apelo ao "reconhecimento da soberania e autodeterminação dos povos".

"O povo da Venezuela compartilha laços históricos com o povo dos Estados Unidos, com o qual aspiramos seguir um caminho de paz e justiça social, onde não haja espaço para a guerra, a exclusão, a discriminação, e onde a cooperação e o respeito mútuo entre as nações sejam a bandeira das relações internacionais", afirma o documento.

A administração de Biden não reconheceu a reeleição de Maduro.

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