Melbourne, Austrália; pelo sétimo ano consecutivo, cidade é eleita a melhor para viver em todo o mundo (Rudy Balasko/Thinkstock)
Gabriela Ruic
Publicado em 16 de agosto de 2017 às 11h05.
Última atualização em 16 de agosto de 2017 às 11h21.
São Paulo – As condições de vida no mundo estão piores e isso se deve às crescentes instabilidades que se alastram por diferentes regiões. A constatação é do Global Liveability Report 2017, estudo conduzido pela The Economist Intelligence Unit, braço de inteligência de mercado da consagrada publicação britânica.
Nos últimos cinco anos, mostrou o estudo, 95 das 140 cidades avaliadas passaram por alguma mudança em suas pontuações. A boa notícia é que 66 delas observaram uma piora em seus índices, um número menor do que o observado nos últimos seis meses, quando esse declínio foi notado em 69 cidades.
Na edição 2017 do estudo, poucas novidades no topo do ranking. Nota-se, no entanto, que as crescentes ameaças terroristas em cidades ocidentais tiveram impacto direto no desempenho de algumas delas neste ano. Sydney (Austrália), por exemplo, figurou em 7º em 2016, mas agora nem sequer consta entre as dez melhores.
As cidades dos Estados Unidos tampouco aparecem no top dez. Segundo a análise, isso se deve ao fato de o país ter observado um aumento nas instabilidades causadas, por exemplo, por manifestações contra o aumento nas mortes de jovens negros por policiais e protestos em resposta às políticas do presidente americano, Donald Trump.
Entre aquelas que obtiveram as melhores pontuações, a australiana Melbourne se consolidou como a melhor cidade para viver pelo sétimo ano consecutivo, com uma pontuação geral de 97,5. É, no entanto, seguida bem de perto por Viena, capital da Áustria, que obteve 97,4 pontos, e Vancouver, no Canadá, com 97,3 pontos.
As cidades que constam nas primeiras colocações da lista estão em continentes diferentes, é bem verdade, mas guardam semelhanças entre si que, segundo o estudo, contribuem para que as condições de vida oferecidas sigam os padrões próximos do ideal: são cidades de médio-porte, localizadas em países ricos e com baixa densidade populacional.
Do outro lado do ranking, no qual estão os locais com os piores desempenhos, tampouco há surpresas, já que as últimas posições são ocupadas por cidades ameaçadas por atividades terroristas, assoladas por turbulências políticas e conflitos armados. Por essa razão, registram pontuações baixíssimas na categoria “estabilidade”.
Em último lugar, por exemplo, está Damasco, capital da Síria, um país que vive em situação de guerra há mais de cinco anos. Lagos, a maior cidade da maior economia da África, a Nigéria, figura em penúltimo e está sob ameaça constante do grupo terrorista Boko Haram. Kiev, na Ucrânia, ainda se recupera dos eventos de 2013, quando foi varrida por uma onda violenta de protestos pela deposição do então presidente do país, Viktor Yanukovych.
Entre as piores cidades para viver, a combinação entre conflitos e instabilidades se mostra suficiente para abalar áreas importantes da vida das pessoas, impactando na pontuação geral. “Um conflito não causa prejuízos somente por existir, mas trará danos à infraestrutura, sobrecarregará os hospitais e minará os valores de bens e serviços”, nota o estudo.
Abaixo, EXAME produziu uma tabela que mostra como está o ranking 2017 do Global Liveability Report 2017.
Produzido todos os anos, o relatório tem como objetivo avaliar 140 cidades de acordo com 30 indicadores divididos em cinco categorias (estabilidade, saúde, cultura e ambiente, educação e infraestrutura) e investigar quais oferecem as melhores e piores condições de vida. Quanto mais próxima de 100 for a pontuação, mais próximo esse local está de oferecer aos seus habitantes padrões ideais para sobrevivência.