Mike Pence: vice-presidente dos EUA descreveu a Força Espacial como "uma ideia cuja hora chegou" (Eduardo Munoz/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 17h27.
Washington - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, delineou nesta quinta-feira um plano agressivo para a criação de um sexto braço das Forças Armadas dos EUA até 2020 --uma Força Espacial para confrontar melhor ameaças de segurança emergentes--, mas a proposta precisará da aprovação de um Congresso dividido.
Críticos veem a criação de uma Força Espacial como uma empreitada desnecessária e custosa e refutam as comparações com o estabelecimento da Força Aérea em 1947.
A Força Espacial seria responsável por uma variedade de instrumentos militares cruciais situados no espaço, o que inclui desde satélites que habilitam o Sistema de Posicionamento Global (GPS) a sensores que ajudam a rastrear o lançamento de mísseis.
Em um discurso ao Pentágono, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, descreveu a Força Espacial como "uma ideia cuja hora chegou".
"A próxima geração de americanos que confrontará as ameaças emergentes na extensão infinita do espaço estará usando o uniforme dos Estados Unidos da América", disse ele, acrescentando que o Congresso precisa agir já para estabelecer e financiar o departamento.
Trump, o fiador do plano, tuitou: "Força Espacial com tudo!"
Os comentários de ambos foram calculados para coincidir com um relatório do Pentágono que delineia as medidas necessárias para criar uma Força Espacial, algo que este não tem poder para fazer por conta própria.
O relatório do Pentágono incluiu medidas intermediárias como a criação de um comando de combate unificado, conhecido como Comando Espacial dos EUA, até o final de 2018, segundo uma cópia vista pela Reuters. O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, expressou seu apoio ao plano na terça-feira.
O documento recomenda que, por ora, o comando unificado fique a cargo da Força Aérea, que atualmente supervisiona alguns dos instrumentos mais importantes situados no espaço.
Um dos argumentos a favor de se dedicar mais recursos à Força Espacial ou ao Comando Espacial é que rivais como a Rússia e China parecem cada vez mais preparadas para atacar instrumentos norte-americanos situados no espaço no caso de um conflito.
Mattis chegou a se opor à implantação de mais uma divisão dos militares voltada a ativos militares no espaço, dizendo em uma carta de 2017 a um parlamentar que isso provavelmente "representaria uma abordagem mais estreita e até paroquiana para as operações espaciais".
Os EUA são membros do Tratado do Espaço Sideral de 1967, que proíbe o posicionamento de armas de destruição em massa no espaço e só permite o uso da Lua e outros corpos celestiais com objetivos pacíficos.