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Estados Unidos e Cuba voltam a negociar reaproximação

Diplomata americana afirma ser interesse dos dois países o restabelecimento das relações diplomáticas e a reabertura de embaixadas


	Josefina Vidal, diretora de assuntos americanos no Ministério de Relações Exteriores de Cuba, fala em uma conferência em Havana
 (REUTERS/Yenny Munoa/MINREX/Handout via Reuters)

Josefina Vidal, diretora de assuntos americanos no Ministério de Relações Exteriores de Cuba, fala em uma conferência em Havana (REUTERS/Yenny Munoa/MINREX/Handout via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 16h54.

Washington - Representantes dos Estados Unidos e de Cuba voltam sexta-feira à mesa das negociações para debater o processo de restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, anunciado em dezembro do ano passado.

Depois de um primeiro encontro em Havana, realizado em 21 e 22 de janeiro, a segunda rodada de negociações está agendada para a sede do Departamento de Estado norte-americano, em Washington.

Tal como aconteceu na capital cubana, a delegação norte-americana será chefiada pela secretária adjunta para os Assuntos do Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson. Já a equipe cubana pela diretora-geral para os EUA do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Josefina Vidal.

As conversações vão incidir “sobre matérias relacionadas com a reabertura de embaixadas, incluindo as funções dos diplomatas” nos dois países, indicou o Departamento de Estado norte-americano, em comunicado.

“É do interesse dos dois países restabelecer relações diplomáticas e reabrir embaixadas. A embaixada norte-americana em Havana permitirá que sejam promovidos de forma mais eficaz os interesses e valores dos Estados Unidos, e aumentar o envolvimento [do povo norte-americano] com o povo cubano”, indicou a diplomacia norte-americana, na mesma nota informativa.

Acrescentou que, em razão da complexidade do processo, o restabelecimento das relações diplomáticas requer mútuo acordo dos governos.

Durante o último mês, grupos de congressistas norte-americanos viajaram até a ilha liderada por Raúl Castro para conhecer a atual situação do país e para conversar com as autoridades cubanas e representantes civis.

A administração do presidente democrata Barack Obama já suavizou algumas das restrições relacionadas com as viagens dos norte-americanos para a ilha e, em meados deste mês, anunciou que autorizava importações de alguns bens e serviços do setor privado de Cuba, mas com importantes exceções como é o caso dos produtos animais e vegetais, álcool e tabaco, minerais ou produtos químicos e têxteis.

No Congresso norte-americano, que já realizou várias audiências sobre o assunto, foram apresentados dois projetos de lei para regular o clima de abertura entre os dois países: um dos textos aborda a autorização de viagem de cidadãos norte-americanos para Cuba, enquanto o outro é mais abrangente e visa ao fim do embargo comercial, imposto há mais de meio século.

Nenhum dos textos foi ainda submetido à discussão dos legisladores do Congresso.

O governo de Raúl Castro espera que Washington levante o embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba. Para os Estados Unidos, um dos temas mais delicados está relacionado com os direitos humanos e as liberdades em Cuba.

Apesar de Havana ter libertado mais de meia centena de presos políticos, alguns ativistas cubanos têm denunciado que o governo de Raúl Castro continua a fazer detenções arbitrárias e a violar os direitos humanos.

As conversações entre Havana e Washington surgem depois de Barack Obama e Raúl Castro terem anunciado, simultaneamente, em 17 de dezembro de 2014, uma aproximação histórica entre os dois países.

O anúncio surgiu após 18 meses de negociações secretas entre Washington e Havana. O embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba foi imposto pelos Estados Unidos em 1962, depois do fracasso da invasão da ilha para tentar derrubar o regime de Fidel Castro, em 1961, que ficou conhecido como o episódio da Baía dos Porcos.

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