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Estado Islâmico sofre grandes derrotas na Síria e no Iraque

Combatentes expulsaram os jihadistas do Estado Islâmico da cidade síria de Kobane e da província de Dijalah, no Iraque

Combatentes e veículos militares durante operação contra o Estado Islâmico em Diyala, Iraque (Stringer/Reuters)

Combatentes e veículos militares durante operação contra o Estado Islâmico em Diyala, Iraque (Stringer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 15h35.

Beirute - Combatentes curdos expulsaram os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) da cidade síria de Kobane, fronteiriça com a Turquia, depois de mais de quatro meses de combates, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Esta derrota, a maior sofrida pelo EI na Síria, foi anunciada no mesmo dia em que Bagdá comunicou a libertação da província de Dijalah, no leste do Iraque, até então em mãos do grupo extremista.

Após o anúncio destas libertações, o EI divulgou uma gravação de áudio ameaçando os países ocidentais com novos ataques.

"As unidades curdas de Proteção do Povo têm quase todo o controle de Kobane depois de expulsar os combatentes do EI", afirmou o OSDH, destacando que os jihadistas recuaram para a periferia da cidade.

"Alguns jihadistas ainda combatem no extremo leste de Kobane, especialmente na periferia do bairro de Maqtala", afirmou ainda.

A notícia da vitória em Kobane chega depois de mais de quatro meses de luta feroz entre os jihadistas e os combatentes curdos, que receberam apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

As Unidades de Proteção do Povo (YPG), no entanto, não confirmaram ainda oficialmente a tomada da cidade, mas um militante curdo, Mustafa Edbi, afirmou à AFP que os combates cessaram e que as forças curdas avançavam com prudência por Maqtala para evitar as minas e os carros-bomba.

"Vimos como os combatentes do EI fugiam de Maqtala em motocicletas, sem opor qualquer resistência", contou.

Segundo os analistas, trata-se da derrota mais importante do EI na Síria depois de sua aparição no conflito, em 2013. Este fracasso supõe um freio em sua expansão territorial.

Desde o início de sua ofensiva contra Kobane, em 16 de setembro, mais de 1.000 jihadistas perderam a vida.

Os combates, que deixaram mais de 1.600 mortos, e a determinação do EI em capturar esta cidade estratégica transformaram Kobane em um símbolo da luta contra este grupo extremista, que controla amplos faixas de território na Síria e no Iraque.

As forças curdas, em um primeiro momento pouco equipadas, se beneficiaram do apoio crucial dos bombardeios que a coalizão internacional encabeçada por Washington lança contra posições dos jihadistas desde 23 de setembro.

Derrota no Iraque

As forças iraquianas libertaram também Dijalah das mãos do EI, retomando o controle de todas as áreas povoadas desta província do leste do Iraque, conforme indicou um oficial do exército nesta segunda-feira.

"Anunciamos a libertação de Dijalah", informou o general Abdulamir al Zaidi.

"As forças iraquianas controlam completamente todas as cidades, distritos e subdistritos da província de Dijalah", acrescentou.

A coalizão internacional considera ter detido o avanço do EI no Iraque graças a seus bombardeios aéreos, mas os jihadistas conservam no momento a maioria de suas posições, entre elas Mossul, a segunda cidade do país.

Já o presidente sírio Bachar al Assad denunciou, em uma entrevista a uma revista americana, o plano dos Estados Unidos de treinar rebeldes sírios considerados moderados para combater o EI, o que considera um absurdo.

Para ele, esses terroristas, como Assad se refere aos rebeldes, são uma força ilegal, que será tratada por seu exército como insurgentes.

Washington, que apoia a oposição síria, quer formar mais de 5.000 rebeldes sírios no Catar, Arábia Saudita e Turquia para que possam enfrentar o EI.

O grupo extremista, no entanto, não emitiu comentários sobre as recentes derrotas, mas postou na internet um comunicado em que ordena a realização de novos ataques contra os países ocidentais, além de elogiar os atentados executados pelos jihadistas, como os recentemente ocorridos na França.

"Pedimos aos muçulmanos da Europa e do Ocidente infiel que ataquem em todos os lugares (...) nós prometemos aos cristãos que eles continuarão vivendo em estado de alerta, de terror, de medo e de insegurança (...) Vocês ainda não viram nada", afirmou Mohammad al-Adnani, porta-voz do EI na mensagem de áudio.

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