Mundo

Estado Islâmico se oculta na Síria após anúncio de Obama

Grupo desapareceu das ruas, reposicionando armas e combatentes e reduzindo sua exposição na mídia

Militante do Estado Islâmico carrega parte de avião militar sírio que caiu em Raqqa, no nordeste da Síria (Reuters)

Militante do Estado Islâmico carrega parte de avião militar sírio que caiu em Raqqa, no nordeste da Síria (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 16h37.

Beirute - O Estado Islâmico se recolheu em seu bastião sírio desde que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, autorizou ataques aéreos dos EUA ao grupo na Síria, desaparecendo das ruas, reposicionando armas e combatentes e reduzindo sua exposição na mídia.

Na cidade de Raqqa, 450 quilômetros a nordeste de Damasco, os moradores relataram que o Estado Islâmico vem remanejando equipamentos todos os dias desde que Obama anunciou, em 11 de setembro, que os ataques norte-americanos aos militantes podem se expandir do Iraque para a Síria.

Os ativistas do Estado Islâmico que normalmente respondem perguntas na Internet estão desconectados desde então.

Seus líderes não deram uma resposta direta a Obama, cujo discurso da semana passada não foi mencionado em um vídeo divulgado no sábado exibindo a decapitação do refém britânico David Haines pelas mãos de um militante do grupo radical.

Enquanto os EUA tentam montar uma coalizão para combater o Estado Islâmico, a facção jihadista parece estar tentanto criar tanta incerteza quanto possível sobre sua estratégia.

Diante da perspectiva das incursões aéreas norte-americanas no Iraque, os combatentes abandonaram armamentos pesados, que os tornavam um alvo fácil, e procuram se misturar em áreas civis.

Antecipando ofensivas semelhantes na Síria, o grupo pode já estar fazendo o mesmo na nação vizinha.

Em Raqqa, os militantes esvaziaram edifícios que usavam como escritórios, reposicionaram armamentos pesados e retiraram familiares dos combatentes da cidade.

“Estão tentando se manter em movimento”, disse um morador de Raqqa, comunicando-se via Internet e falando sob condição de anonimato por temer por sua segurança.

“Eles têm células adormecidas (militantes infiltrados aguardando ordens) em toda a parte, e só se reúnem em encontros muito limitados”, acrescentou.

O principal general norte-americano prometeu nesta terça-feira “uma campanha persistente e contínua” contra o Estado Islâmico na Síria, e Washington provavelmente já está de olho em suas posições em Raqqa.

Obama aprovou voos de vigilância sobre o território sírio no mês passado, e filmagens feitas por ativistas no começo deste mês parecem mostrar um drone (aeronave não-tripulada) dos EUA sobre a cidade.

Desde que tomou a cidade iraquiana de Mosul em junho, o grupo sunita ampliou seu controle sobre a província vizinha de Deir al-Zor, que faz fronteira com o Iraque.

Cumprindo sua promessa de redesenhar o mapa do Oriente Médio, o Estado Islâmico declarou um califado que inclui territórios dos dois lados da divisa.

Enquanto se prepara para um ataque, o Estado Islâmico tem tentado promover sua causa junto aos moradores, e alguns já demonstraram apoio ao grupo, que levou alguma estabilidade à área, embora com mão de ferro.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstado IslâmicoEstados Unidos (EUA)GuerrasIslamismoPaíses ricosPersonalidadesPolíticosSíriaSunitasTerrorismoTerroristas

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA