Mundo

Estado Islâmico matou quase mil pessoas, diz ONU

O grupo jihadista assassinou nas últimas três semanas quase mil pessoas no Iraque, de acordo com a ONU


	Membros do Estado Islâmico: grupo também sequestrou mais de 2,5 mil pessoas
 (AFP)

Membros do Estado Islâmico: grupo também sequestrou mais de 2,5 mil pessoas (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 11h02.

Genebra - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assassinou "a sangue frio" nas últimas três semanas quase mil pessoas no Iraque, seqüestrou mais de 2,5 mil e está recrutando ativamente menores de idade para usá-los como "escudos humanos", disse nesta segunda-feira a ONU.

Em comunicado, a Alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou as atrocidades cometidas pelo grupo jihadista no Iraque, ações que podem constituir "crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

"Estes crimes incluem assassinatos programados, conversões forçadas, sequestros, escravidão, abusos sexuais, destruição de lugares de culto e de comunidades inteiras por sua afiliação étnica ou religiosa".

Segundo os dados da ONU, só na província de Ninawa "centenas de yazidis foram assassinados e até 2,5 mil sequestrados a princípios de agosto".

"Aqueles que aceitaram se transformar foram mantidos sob detenção. Os que rejeitaram se transformar, as testemunhas contam que os homens foram executados, enquanto as mulheres e as crianças foram transformados em escravos e entregues aos milicianos do EI", acrescenta o comunicado.

Além disso, na cidade de Cotcho, no sul da cidade Sinjar, o EI sequestrou "centenas de yazidis" em 15 de agosto.

Os yazidis são uma minoria religiosa à qual o Estado Islâmico ameaçou com a morte caso rejeitassem se converter ao islã.

Além disso, Pillay denunciou "o massacre" de pelo menos 650 réus de um grupo de cerca de 1,5 mil na prisão Badoush de Mossul.

Segundo o relato de sobreviventes e testemunhas, homens armados do EI pediram aos réus que separassem os que pertenciam à crença sunita do resto.

Os sunitas foram separados do grupo principal e afastados do lugar.

Quando estes tinham partido, os milicianos abriram fogo e mataram cerca de 650 dos réus.

"Estes assassinatos de civis, sistemáticos, propositais e a sangue frio, podem constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade", afirmou Pillay.

Por outra parte, os analistas de direitos humanos que compõem a missão da ONU no Iraque puderam verificar que o EI está recrutando forçadamente menores de idade (a partir de 15 anos) "para usá-los como escudos humanos".

Pillay também adverte sobre a possibilidade de "um massacre iminente" da comunidade de turcomanos xiitas da província Amirli in Salah al-Din -entre os quais se encontram 10 mil mulheres e crianças por parte do grupo jihadista que controla o lugar desde 15 de junho.

Os residentes têm muitas dificuldades para ter acesso à comida e água, e sofrem com uma ausência total de serviços médicos.

Perante esta situação, Pillay reiterou sua chamada aos líderes do Iraque e à comunidade internacional para que façam todos os esforços necessários para proteger os civis no país.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoIraqueIslamismoONUSíriaSunitas

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia