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Estado Islâmico está na defensiva no Iraque e na Síria

Tratam-se das maiores ofensivas terrestres já realizadas contra o EI nos dois países vizinhos


	Forças iraquianas: "Após o fracasso de Kobane, onde o EI sacrificou milhares de combatentes, o EI se retira sem lutar"
 (Thaier Al-Sudani)

Forças iraquianas: "Após o fracasso de Kobane, onde o EI sacrificou milhares de combatentes, o EI se retira sem lutar" (Thaier Al-Sudani)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2016 às 15h36.

Os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) estão na defensiva com o início da ofensiva lançada contra dois dos seus redutos - Fallujah, no Iraque, e Raqqa, na Síria -, apoiada pelos ataques da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Tratam-se das maiores ofensivas terrestres já realizadas contra o EI nos dois países vizinhos. Combatentes árabes e curdos das Forças Democráticas Sírias (FDS) conduzem uma operação no norte da província de Raqqa, enquanto as forças iraquianas avançam em Fallujah.

Desde o início da operação das FDS, na terça-feira, a coalizão internacional realizou "100 ataques", segundo o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.

As FDS são lideradas pelas forças YPG curdas, consideradas pelos Estados Unidos como as mais eficazes na luta contra a organização extremista, que proclamou em 2014 um "califado" abrangendo os territórios conquistados na Síria e no Iraque.

A operação se concentra atualmente no norte da cidade de Raqqa, capital do EI na Síria e localizada 90 km ao sul da fronteira turca. Os combates seguem em torno de Ain Issa, uma localidade 55 km ao norte da cidade fortificada pelos jihadistas, onde habitam cerca de 300.000 pessoas.

Território extenso demais

"O nosso objetivo é libertar o norte da província", reiterou nesta quarta-feira Talal Sello, porta-voz das SDS, em uma teleconferência.

"Ainda não consideramos libertar (a cidade de) Raqqa", acrescentou, explicando que isso vai acontecer em uma outra operação em função "das circunstâncias".

De acordo com OSDH, entre 10.000 e 15.000 combatentes das FDS participam nesta operação, a maior lançada contra o EI, segundo um porta-voz militar americano.

A operação foi lançada três dias depois de uma visita à Síria do chefe das forças americanas no Oriente Médio (Centcom), o general Joe Votel.

Uma fonte dentro das YPG disse à AFP que as forças "receberam armas dos Estados Unidos e (que) tropas americanas participam no combate em terra".

O EI não deve se esforçar para defender um território tão extenso como o fez na cidade curda de Kobane, que acabou perdendo em janeiro de 2015, ou em Tall Abyad, a grande cidade do norte de Raqqa de onde também foi expulso.

"Após o fracasso de Kobane, onde o EI sacrificou milhares de combatentes, e sobretudo desde Tall Abyad, o EI se retira sem lutar", disse à AFP Romain Caillet, especialista em movimentos jihadistas.

O território será "a longo prazo grande demais para ele e impossível de manter", acredita.

Mas a tomada da cidade continua a ser um objetivo mais complexo, uma vez que o EI tem utilizado a população civil como escudo humano.

"Eles usam civis como escudo. Você os vê nos mesmos edifícios" na cidade, indicou à AFP Abdel Aziz al-Hamza, co-fundador do grupo "Raqqa is Being Slaughtered Silently".

A recuperação de Raqqa representa, com Fallujah e Mossul no Iraque, o objetivo central da coalizão internacional liderada pelos Estados Etsta contra o EI.

Segundo o centro de estudos de riscos IHS em Londres, o EI, que chegou a controlar 94.300 km2 do território sírio em janeiro de 2015, não controla mais do que 73.440 km2 atualmente.

Avanço para Fallujah

A Rússia, que apoia o regime do presidente sírio Bashar al-Assad, anunciou estar pronto para coordenar com as FDS e os Estados Unidos a ação em Raqqa.

Nesta quarta, Moscou anunciou que decidiu adiar os bombardeios contra a Frente al-Nosra, o ramo sírio da Al-Qaeda, para dar tempo aos rebeldes sírios de se distanciar das zonas sob controle dos extremistas.

Do outro lado da fronteira, as forças iraquianas apertaram o cerco em torno de Fallujah, um reduto jihadista a apenas 50 km a oeste de Bagdá, onde cerca de 50.000 civis estão presos.

Lançada na segunda-feira pelo primeiro-ministro Haider al-Abadi, a ofensiva em Fallujah já permitiu recuperar a pequena cidade de Garma, a nordeste da cidade, abrindo o caminho para avançar em direção ao reduto jihadista.

As forças iraquianas avançavam nesta quarta-feira para a cidade de Amriyat al-Fallujah, ao sul, e para o cruzamento de Al-Salam, ao sudoeste, de acordo com o comando das operações na província de Al-Anbar, que faz fronteira com a Síria.

Além disso, dois dias após atentados que fizeram 184 mortos em redutos do regime sírio, o papa Francisco pediu a Deus que "converta o coração daqueles que semeiam morte e destruição".

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