Mundo

Estado Islâmico está na defensiva no campo de batalha, avalia ONU

Guterres ainda assim alertou o Conselho de Segurança no relatório que os extremistas do grupo continuam a representar uma forte ameaça

EI: "A habilidade do ISIL em atrair novos recrutas tem diminuído, e os seus guerrilheiros estão exponencialmente largando o campo de batalha" (Goran Tomasevic/Reuters)

EI: "A habilidade do ISIL em atrair novos recrutas tem diminuído, e os seus guerrilheiros estão exponencialmente largando o campo de batalha" (Goran Tomasevic/Reuters)

A

AFP

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 17h08.

O grupo Estado Islâmico está militarmente na defensiva, enfrentando uma recessão em sua receita petrolífera, extorsão, além da redução de sua habilidade em atrair novos recrutas, segundo um novo relatório das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira (6).

Antonio Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, ainda assim alertou o Conselho de Segurança no relatório que os extremistas do grupo Estado Islâmico continuam a representar uma forte ameaça e são "parcialmente adaptados" a perdas no campo de batalha.

"O ISIL está militarmente na defensiva em várias regiões, mais especificamente no Afeganistão, Iraque, Líbia e a República Arábica Síria", destacou no relatório enviado ao Conselho na quinta-feira (02), no qual a organização se refere ao Estado Islâmico como ISIL.

As finanças do EI estão em declínio, forçando o grupo militante a operar sob "crise orçamentária", ressaltou o documento.

A venda ilegal de petróleo, mais especificamente proveniente do campo petrolífero da província síria de Deir Ezzor, caiu de 500 milhões de dólares em 2015 para US$ 260 milhões no último ano.

O relatório chamou a atenção dos governantes para estarem atentos aos esforços do Estado Islâmico em encontrar novas fontes de renda, ressaltando a preocupação de que os jornalistas e trabalhadores humanitários viajando em áreas retomadas do poder dos extremistas possam ser alvos de sequestro.

O fluxo de soldados estrangeiros para o Iraque e a Síria diminuiu consideravelmente, devido às medidas de segurança tomadas pelos governos e também por causa da "diminuição da atratividade" do grupo, advertiu o documento.

Diversos estados-membros relataram que vários soldados estrangeiros já treinados continuarão no Iraque e na Síria, da mesma forma que os que planejavam deixar esses territórios já o fizeram.

"A habilidade do ISIL em atrair novos recrutas tem diminuído, e os seus guerrilheiros estão exponencialmente largando o campo de batalha", constatou.

O Conselho irá se reunir na terça-feira (07) para discutir sobre o relatório, uma vez que o presidente americano Donald Trump ordenou generais dos EUA para criarem um novo plano de enfrentamento aos radicais islâmicos.

As forças iraquianas estão fazendo progresso em sua ofensiva para expulsar o Estado Islâmico de Mossul, segunda cidade do país confiscada em 2014 e proclamada como capital do califado do EI, esse que se estende até o território sírio.

Em resposta à pressão militar, a comunicação do EI e o seu processo de recrutamento "estão consideravelmente se movendo para métodos mais confidenciais, como a utilização da 'deep web', criptografia e mensageiros", destacou o documento.

"O grupo continua a encorajar seus seguidores e simpatizantes fora das zonas de conflito a realizarem ataques", destacou.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoGuerrasONU

Mais de Mundo

Irã e Hezbollah: mísseis clonados alteram a dinâmica de poder regional

Ataque de Israel ao sul do Líbano deixa um militar morto e 18 feridos

Trump completa escolha para altos cargos de seu gabinete com secretária de Agricultura

Zelensky pede mais sistemas de defesa antiaérea após semana de fortes bombardeios