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Estado Islâmico é ameaça global, diz ministro iraniano

Segundo Javad Zarif, extremistas sunitas não podem ser derrotados com os bombardeios ocidentais


	Jihadistas do Estado Islâmico na cidade síria de Raqa
 (AFP)

Jihadistas do Estado Islâmico na cidade síria de Raqa (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2014 às 22h08.

Nova York - Os extremistas sunitas do grupo Estado Islâmico não podem ser derrotados com os bombardeios ocidentais, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif.

Em depoimento ao Conselho de Relações Exteriores em Nova York, Zarif afirmou que a melhor coisa que a coalização liderada pelos Estados Unidos pode fazer é interromper um fluxo de apoio financeiro que chega até os insurgentes.

Ele disse que o Irã não confia na vontade norte-americana de combater o Estado Islâmico na região. Segundo o ministro, o grupo "não será erradicado por bombardeios aéreos".

A ameaça imposta pelos extremistas, ele afirmou, não está contida apenas no Iraque e na Síria e seria uma "ameaça global".

Zarif disse que os EUA não conseguirão combater o regime do presidente Bashar Assad e o Estado Islâmico simultaneamente na Síria.

Segundo ele, o Irã não hesitou ao oferecer ajuda ao Iraque quando o grupo militante expandiu seu controle sobre partes do território, mas alertou que nem Teerã nem os países ocidentais devem enviar tropas para o país.

"As forças estrangeiras não serão capazes de destruir essa ameaça", ele disse.

Sobre as negociações para um acordo nuclear no Irã, o ministro afirmou que está disposto a alcançar uma resolução final com as seis maiores potências do mundo.

Ele disse que os iranianos não aceitariam uma decisão que durasse 10 ou 15 anos. "Mas estou disposto a viver com menos", acrescentou.

De acordo com Zarif, se Teerã concordar em dar para a agência nuclear da Organização das Nações Unidas acesso à base militar de Parchin, onde autoridades ocidentais acreditam que o Irã está conduzindo testes relacionados com o desenvolvimento de armas atômicas, essa busca teria que ser limitada.

Ele afirmou que o país já permitiu que a Agência Internacional de Energia Atômica visitasse Parchin duas vezes.

O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins puramente pacíficos. O país negocia com EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China para chegar a um acordo nuclear que limite significativamente as atividades atômicas futuras de Teerã.

Em contrapartida, as sanções internacionais contra os iranianos seriam suspensas.

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