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Estado Islâmico assume autoria de ataques que deixaram 84 mortos no Irã

De acordo com agências internacionais, dois membros do grupo jihadista usavam coletes explosivos perto da mesquisa onde ocorreu o atentado

Estado Islâmico (Agence France-Presse/AFP)

Estado Islâmico (Agence France-Presse/AFP)

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 15h24.

Última atualização em 4 de janeiro de 2024 às 15h29.

O grupo Estado Islâmico assumiu, nesta quinta-feira, 4, a autoria pelas duas explosões da última quarta-feira em Kerman, no Irã, que provocaram a morte de pelo menos 84 pessoas durante uma procissão em homenagem ao general Qassem Soleimani, morto pelos Estados Unidos em 2020.

No Telegram, o grupo jihadista chamou o atentado de "dupla operação de martírio" e descreveu como dois de seus membros "detonaram seus coletes de explosivos" no meio de uma grande multidão perto do túmulo do general Soleimani.

Segundo informações da AFP, a agência estatal Irna já havia indicado que a primeira explosão foi provocada por um suicida, cujo corpo foi encontrado em pedaços. A segunda explosão está sendo investigada, mas provavelmente também ocorreu devido a um ataque suicida.

As autoridades iranianas estimaram em 103 o número de mortos nas duas explosões na quarta-feira. Mas o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, disse nesta quinta-feira que 84 pessoas foram mortas, de acordo com a agência de notícias semioficial Tasnim. O atentado ainda deixou 284 feridos, dos quais 195 seguem hospitalizados.

O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, alertou, no entanto, que o balanço ainda poderia aumentar, já que alguns feridos se encontram em "estado crítico".

Já o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma "resposta dura" e outros dirigentes iranianos acusaram Israel e Estados Unidos.

Ainda nesta quinta, Teerã decretou um "dia de luto nacional", após o atentado mais sangrento do país desde 1978, quando um incêndio criminoso causou pelo menos 377 mortos em um cinema em Abadan (sudoeste), segundo informações da AFP.

O que dizem os EUA

De acordo com o jornal The New York Times, o anúncio do Estado Islâmico coincide com as avaliações do serviço de inteligência americana, que já havia indicado que o ataque teria sido cometido pela organização. Os agressores foram idenficados como Omar al-Mowahid e Sayefulla al-Mujahid.

As alegações do Estado Islâmico também contrastavam com os relatos iniciais iranianos de que as bombas haviam sido colocadas em dois sacos e detonadas remotamente ao longo da estrada para o cemitério em Kerman, na qual milhares de pessoas que participavam da comemoração estavam caminhando.

Autoridades americanas disseram que é improvável que a intenção do Estado Islâmico seja incriminar Israel pelos bombardeios ou desencadear uma guerra mais ampla.

Como foi o atentado?

O atentado duas explosões em um intervalo de 15 minutos ocorreu perto da mesquita de Saheb al Zaman em Kerman (sul), onde fica o túmulo do general Qasem Soleimani, encarregado pelas operações militares iranianas no Oriente Médio, assassinado pelos Estados Unidos no Iraque em 3 de janeiro de 2020.
O ataque ocorreu em plena tensão no Oriente Médio e um dia depois que o número 2 do movimento islamista palestino Hamas, Saleh Al Aruri, aliado do Irã, morreu em um ataque em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel.
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