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Estado americano vive polêmica por votação sobre maconha

Enquanto um grupo ressalta os benefícios econômicos e sociais da planta, outro destaca os perigos que tal medida pode criar


	A Emenda 64 inclui regras para a emissão de licenças para venda de maconha em locais específicos
 (Paula Bronstein/Getty Images)

A Emenda 64 inclui regras para a emissão de licenças para venda de maconha em locais específicos (Paula Bronstein/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2012 às 18h46.

Denver - As campanhas contra e a favor da legalização da maconha para uso pessoal no estado do Colorado se intensificaram nesta quinta-feira, devido à votação sobre o tema marcada para novembro, junto com as eleições presidenciais.

Enquanto um grupo ressalta os benefícios econômicos e sociais da planta, outro destaca os perigos que tal medida pode criar.

Em julho de 2011, uma coalizão de organizações e ativistas do Colorado iniciou uma campanha para regular a maconha como o álcool, que depois foi apoiada pela Emenda 64, proposta que visa que os maiores de 21 anos possam possuir e consumir até uma onça (28 gramas) de maconha.

A Emenda 64 também inclui regras para a emissão de licenças para venda de maconha em locais específicos, os impostos que esses estabelecimentos devem pagar, o cultivo, a produção e a avaliação da qualidade das plantas.

O advogado Brian Vicent, uma das duas pessoas que iniciou a campanha a favor da Emenda 64, explicou que esta medida ''gerará milhões de dólares em novas receitas tributárias'' e que ''redirecionará recursos de aplicação da lei para crimes mais graves''.

Se os eleitores aprovarem a Emenda 64, o estado do Colorado não poderá condenar pessoas que portem até 28 gramas de maconha (que até o momento são penalizadas com uma multa de até US$100), ou que cultivem até seis pés da planta.

Além disso, a Emenda estabelece um imposto de 15% (que se soma ao já existente no comércio) para a venda de maconha de um produtor atacadista a uma loja de varejo.

Mason Tvert, outro impulsor da iniciativa, enfatizou que a ''desnecessária proibição'' do uso de maconha deve ser substituída por um ''sistema de estreitos controles'', incluindo regras e impostos, como já acontece com o álcool.

Mas nem todos acham que a Emenda 64 gerará os benefícios que seus defensores apontam.


''Temos que fazer todo o possível para encorajar as pessoas que votem contra esta emenda. Não podemos permitir que a maconha seja legalizada'', disse Fidel Montoya, diretor de uma aliança religiosa multicultural de Denver que iniciou uma campanha contra a emenda.

''As crianças e os jovens em nossas comunidades sofrerão as consequências mais perigosas se permitimos a legalização'', acrescentou.

Estatísticas publicadas pela organização ''Drug Science'' afirmam que 512 mil pessoas do Colorado (10% da população) usam maconha. Segundo a organização, o porte da droga representa 62% de todas as detenções relacionadas ao narcotráfico no estado.

Por sua vez, o Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente do Colorado estima que o número de usuários de maconha chegue a 556 mil, sendo 75 mil menores de 18 anos e outros 181 mil com idades entre 18 e 25 anos.

Para Montoya, os principais problemas da Emenda 64 são que a lei não proíbe a abertura de ''clubes privados'' para o consumo de maconha, o que, como consequência, poderia permitir que o crime organizado usasse esses clubes como fachada para a distribuição da droga.

''Precisamos que nossa gente conheça em que consiste esta medida e que entenda as razões pelas quais temos que derrotá-la nas urnas'', disse Montoya.

Já a Campanha para Regular a Maconha como o Álcool anunciou que nesta semana mais 100 professores universitários do Colorado e outros estados apoiaram a causa.

''A proibição do uso de maconha ajudou a criar as condições atuais dos cartéis de drogas'', disse Stephen Mumme, professor de ciências políticas da Universidade do Colorado. 

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