O croata Zoran Milanovic comemora os resultados preliminares (Stringer/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 10h15.
LiublianaI - A esquerda chegou ao poder na Croácia, e, contra todas as previsões, o manteve na Eslovênia, integrante da zona do euro, após as eleições legislativas realizadas neste domingo nos dois países da antiga Iugoslávia comunista, que se tornaram independentes em 1991.
Na Croácia, Zoran Milanovic, dirigente do Partido Social Democrata (SDP), e sua coalizão de centro-esquerda venceram com folga as eleições, com 44,5% dos votos, muito à frente da União Democrática Croata (HDZ), no poder com o premier Jadranka Kosor, segundo uma pesquisa de boca de urna divulgada pelo canal de TV público HRT.
A HDZ, que domina a vida política croata quase ininterruptamente desde a independência, obteve 22,1% dos votos. Um governo de centro-esquerda irá, portanto, comandar nos próximos anos aquele país, e o conduzir à adesão à União Europeia, em julho de 2013. No próximo dia 9, a Croácia assinará em Bruxelas o tratado de adesão ao bloco.
Na Eslovênia, o popular prefeito de centro-esquerda de Liubliana, Zoran Jankovic, surpreendeu ao vencer as eleições, segundo a apuração de mais de 99,8% dos votos.
O partido Eslovênia Positiva, criado há dois meses especialmente para estas eleições, obteve 28,53% dos votos, superando o Partido Democrático Esloveno (SDS, centro-direita), do ex-premier Janez Jansa, que recebeu 26,26% dos votos, apesar de ter se comportado como vencedor durante toda a campanha.
O chefe de Governo, o social-democrata Borut Pahor, cujo gabinete caiu em setembro, recebeu apenas 10,48% dos votos. A taxa de participação na votação foi de 64,65%.
Para governar, Zoran Jankovic terá que formar um governo de coalizão, principalmente com os social-democratas. A campanha eleitoral foi marcada pela piora da situação econômica e financeira. Jankovic terá que colocar o país novamente nos trilhos, impondo medidas de austeridade.
Muito dependente das exportações, a Eslovênia, antes um aluno exemplar da zona do euro, flerta agora com a recessão.