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Espionagem eleitoral pode ser um dos maiores escândalos dos EUA, diz Trump

Donald Trump afirmou que a presença de um espião do FBI em sua campanha eleitoral em 2016 é um escândalo e que a interferência russa é uma fraude

Trump: o Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmou que vai investigar os funcionários do FBI por espionagem nas eleições de 2016 (Al Drago/Reuters)

Trump: o Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmou que vai investigar os funcionários do FBI por espionagem nas eleições de 2016 (Al Drago/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de maio de 2018 às 11h54.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu nesta quarta-feira que as informações de um possível espião do FBI, a polícia federal investigativa do país, em sua campanha eleitoral representam "um dos maiores escândalos políticos", ao investir de novo contra a "fraude" da investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições presidenciais e o "Estado Profundo".

"Olhem como as coisas mudaram no Estado Profundo Criminal. Eles estão indo atrás da falsa conspiração com a Rússia, uma mentira inventada, e acabaram pegos em um grande escândalo de ESPIÕES que este país talvez jamais tenha visto!", disse Trump no Twitter.

Trump utiliza habitualmente o termo "Estado Profundo" para se referir ao aparato de inteligência americano que está afastado do conhecimento público.

"O SPYGATE poderia ser um dos maiores escândalos políticos da história (...). Tudo o que sobe, desce! ", acrescentou o presidente.

O Departamento de Justiça dos EUA anunciou no fim de semana que vai investigar se seus funcionários e do FBI espionaram com motivos políticos a campanha eleitoral do atual presidente, depois que este exigiu uma investigação a respeito para determinar se o seu antecessor, Barack Obama, agiu indevidamente.

"Se alguém se infiltrou ou monitorou os participantes de uma campanha eleitoral pelos motivos inadequados, temos que saber e tomar as medidas adequadas", disse em comunicado Rod Rosenstein, vice-procurador-geral, que tem responsabilidade sobre a investigação da trama russa já que o procurador-geral, Jeff Sessions, se declarou impedido.

Segundo vários veículos de imprensa, o FBI manteve um informante encarregado dos contatos com a campanha eleitoral de Trump em 2016, um professor americano que dá aulas na Grã-Bretanha.

Mas, de acordo com esses relatórios, a fonte do FBI não se infiltrou na campanha de Trump, apenas manteve contatos superficiais com três assessores do candidato republicano, com o objetivo de lançar luz à incipiente investigação federal sobre os possíveis laços de pessoas do entorno do magnata com a Rússia.

Um aliado de Trump, o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, o congressista republicano Devin Nunes, vem exigindo há semanas documentos sobre esse informante.

Trump insinuou no sábado que o Congresso deveria obter esses documentos e, no domingo, exigiu em um tweet que o Departamento de Justiça averiguasse se seus agentes e do FBI "se infiltraram ou monitoraram" sua campanha eleitoral em 2016 "por motivos políticos".

Essas exigências colocaram em uma posição complicada o Departamento de Justiça e o FBI, que historicamente operaram com independência da influência política da Casa Branca e não permitiram que os presidentes tivessem qualquer ingerência em suas investigações.

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