Mundo

Espionagem dos EUA abrange cartões de crédito

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esclareceu hoje que esses registros não afetam "ninguém que resida nos Estados Unidos"


	O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: a lei antiterrorista de 2001, ou Patriot Act, autoriza que o governo tenha acesso aos registros de empresas.
 (Ron Sachs-Pool/Getty Images)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: a lei antiterrorista de 2001, ou Patriot Act, autoriza que o governo tenha acesso aos registros de empresas. (Ron Sachs-Pool/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 13h50.

Washington - Os agentes de inteligência dos Estados Unidos não têm acesso apenas aos registros de chamadas da Verizon, mas também aos das outras duas maiores companhias telefônicas do país, AT&T e Sprint, e à informação de empresas de cartões de crédito, informou nesta sexta-feira o jornal "The Wall Street Journal".

A publicação, que cita fontes ligadas às operações da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA, disse que essa divisão tem acordos com a AT&T e Sprint similares ao da Verizon, revelado nesta semana pelo jornal britânico "The Guardian".

O acordo com as três maiores operadoras de telefone do país afeta "a maioria dos americanos" e significa que "cada vez que se faz uma chamada, a NSA consegue um registro da localização, o número contactado, a hora da chamada e a duração da conversa", segundo o "The Wall Street Journal".

A AT&T é a maior companhia telefônica do país, com 107,3 milhões de clientes de celular e 31,2 milhões de telefone fixo, a Verizon tem 98,9 milhões de clientes de telefonia móvel e 22,2 milhões de fixo e a Sprint, por sua parte, tem 55 milhões de clientes no total, segundo dados oficiais citados pelo jornal.

Além disso, três ex-funcionários do governo americano afirmaram ao diário que a NSA estabeleceu "relações similares" com companhias de cartões de crédito.

O jornal não identificou essas companhias e disse que não se sabe se os acordos com as empresas ainda estão valendo ou se foram feitos temporariamente.


O "The Wall Street Journal" confirmou além disso que a NSA mantém contratos parecidos com os grandes provedores de internet do país, como indicaram nesta quinta-feira os jornais "The Washington Post" e "The Guardian".

Segundo estes periódicos, a NSA e o FBI coletam dados diretamente dos servidores da Microsoft, Yahoo!, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple.

O acordo com as empresas da internet tem sua base em um programa chamado PRISM, que contou com a colaboração da Microsoft desde seu início, em 2007, enquanto a Apple se negou a participar durante os primeiros cinco anos, até 2012, quando começou a colaborar.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esclareceu hoje que esses registros não afetam "ninguém que resida nos Estados Unidos".

As práticas começaram sob o governo de George W. Bush por causa dos atentados de 11 de setembro de 2001, inicialmente sem fundamento legal.

O Congresso criou mais tarde uma estrutura de apoio por meio de duas leis aprovadas em 2007 e 2008, que ampliam os poderes do Executivo em relação à lei de espionagem no exterior de 1978.

A nova legislação concede imunidade às companhias privadas que cooperam de forma voluntária com as agências de inteligência dos Estados Unidos em suas investigações.

Além disso, a lei antiterrorista de 2001, ou Patriot Act, autoriza que o governo tenha acesso aos registros de empresas. 

Acompanhe tudo sobre:AT&TBarack ObamaEmpresasEmpresas americanasEspionagemEstados Unidos (EUA)NSAPaíses ricosPersonalidadesPolíticosPrivacidadeVerizon

Mais de Mundo

Peru decreta emergência em três regiões afetadas por incêndios florestais

Putin reconhece que residentes das regiões fronteiriças estão enfrentando dificuldades

Rival de Maduro na Venezuela diz que assinou documento sob 'coação' e o considera nulo

Príncipe saudita descarta acordo com Israel sem reconhecimento do Estado palestino