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Especialistas que conservaram Lênin querem embalsamar Chávez

Segundo agência local, os cientistas russos já comunicaram o desejo ao Ministério das Relações Exteriores da Venezuela


	Cortejo fúnebre com os restos de Hugo Chávez: o presidente interino da Venezuela já anunciou que o corpo de Chávez será embalsamado e exposto
 (Juan Barreto/AFP)

Cortejo fúnebre com os restos de Hugo Chávez: o presidente interino da Venezuela já anunciou que o corpo de Chávez será embalsamado e exposto (Juan Barreto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2013 às 11h47.

Moscou - Os especialistas russos que trabalham na conservação do corpo de Lênin, que se encontra em um mausoléu da Praça Vermelha, estão dispostos a colaborar no processo de embalsamento do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez.

Segundo uma fonte citada pela agência local "Interfax", os cientistas do Centro de Biotecnologia do Instituto de Plantas Aromáticas e Medicinais (Vilar, por sua sigla em russo) já comunicaram o desejo de ajudar ao Ministério das Relações Exteriores.

"Os especialistas do instituto têm os conhecimentos necessários, tecnologias e experiência para realizar tais procedimentos. Estão dispostos a ajudar no embalsamento do corpo de Hugo Chávez", disse a fonte citada pela "Interfax".

"Assim que forem adotadas decisões pertinentes em nível interestatal e se recebam todos os relatórios, os especialistas estarão dispostos a viajar e oferecer aos colegas venezuelanos toda a ajuda necessária", acrescentou.

O presidente encarregado da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na sexta-feira passada que o corpo de Hugo Chávez ficaria em uma urna de vidro onde permanecerá embalsamado "eternamente" para ser exibido ao público.

"Assim como Ho Chi Minh, Lênin e Mao Tse Tung o corpo de nosso comandante-em-chefe ficará embalsamado no Museu da Revolução de maneira especial para que possa ficar em uma urna de vidro e nosso povo possa tê-lo para sempre", afirmou Maduro em um anúncio transmitido pela televisão estatal.


Vladimir Ilich Ulianov (Lênin) foi embalsamado logo após morrer, em janeiro de 1924, para, como escreveu o jornal "Pravda", dar a possibilidade de "todos os trabalhadores" se despedirem do "líder do proletariado mundial". Lênin só deixou seu "lar" por 1.360 dias durante a Segunda Guerra Mundial.

Os especialistas afirmam que as atuais tecnologias russas, herdadas de seus antecessores soviéticos, permitirão conservar a múmia de Lênin durante "um tempo indefinidamente longo", embora, segundo algumas fontes, seu corpo conserva apenas um quarto de seus tecidos originais.

Todos os anos os restos mumificados de Lênin são submetidos durante dois meses a uma série de procedimentos químicos e biológicos para garantir que permaneça intacto.

O mausoléu é local de peregrinação desde a morte de Lênin, tradição que se manteve inclusive após a queda da URSS, embora a cada ano as visitas diminuem e aumentem os críticos deste "culto anacrônico".

O presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que Lênin jazerá no mausoléu aos pés do Kremlin até que uma maioria clara de russos se manifeste publicamente contra o embalsamento. 

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